Sob efeito da pandemia do novo coronavírus, que colocou em isolamento social boa parte da população brasileira, a atividade econômica no Brasil registrou forte retração em março. O Índice de Atividade do Banco Central (IBC-Br), divulgado nesta sexta-feira, registrou queda de 5,90% no mês passado, quando os efeitos da covid-19 sobre a economia se intensificaram. Os dados dizem respeito à série com ajuste sazonal. Em fevereiro, o indicador havia subido 0,32% (dado revisado).
De fevereiro para março, o índice de atividade calculado pelo BC passou de 139,71 pontos para 131,47 pontos na série dessazonalizada. Este é o menor valor desde março de 2009, quando atingiu 127,81 pontos.
A baixa do IBC-Br ficou dentro do intervalo projetado pelos analistas do mercado financeiro consultados pelo Broadcast Projeções, do sistema de notícias em tempo real do Grupo Estado, que esperavam resultado entre -8,63% e -3,60% (mediana em -6,00%).
Na comparação entre os meses de março de 2020 e março de 2019, houve recuo de 1,52% na série sem ajustes sazonais. Esta série encerrou com o IBC-Br em 136,44 pontos em março. Este é o pior resultado para meses de março da série (2013).
O indicador de março de 2020 ante o mesmo mês de 2019 mostrou desempenho acima do apontado pela mediana (-2,10%) das previsões de analistas do mercado financeiro ouvidos pelo Broadcast Projeções (-5,10% a -0,70% de intervalo).
Conhecido como uma espécie de "prévia do BC para o PIB", o IBC-Br serve mais precisamente como parâmetro para avaliar o ritmo da economia brasileira ao longo dos meses.
Na última quarta-feira, o Ministério da Economia divulgou projeção de queda de 4,70% para o PIB em 2020. No Relatório de Mercado Focus divulgado pelo BC na última segunda-feira, a projeção é de queda de 4,11% do PIB em 2020.