Ainda que, em público, o presidente Jair Bolsonaro reafirme que o ministro Paulo Guedes é "o homem que decide a economia", na prática, a desidratação de pautas caras ao ministro – como o congelamento de salários de servidores – não passa despercebida pelo mercado.
Para as agências internacionais de classificação de risco, porém, a presença ou não de Guedes à frente do ministério é menos relevante do que a sinalização do governo de que a agenda de reformas vai ser mantida.
"É importante que o governo possa dar uma previsibilidade sobre as políticas futuras. Se a política de prudência fiscal continuar sendo a mesma, talvez uma eventual saída de Guedes não tivesse efeito algum sobre o rating", diz Livia, da S&P.
Para Samar Maziad, vice-presidente e principal analista para o Brasil da Moodys, o importante será demonstrar que o País está seguindo uma política fiscal hábil. "No ano passado, foram feitos alguns avanços, como a aprovação da reforma da Previdência. O que vai contar para os investidores é a continuidade dessas medidas."
Fábio Silveira, sócio-diretor da consultoria MacroSector vai além. Ele diz que a gestão do ministério não vai bem. "A política econômica está travada. As agências não nos rebaixariam durante a crise, mas vão colocar filtros para ver como cada país vai reagir após a covid-19." / <b>D.G.</b>
As informações são do jornal <b>O Estado de S. Paulo.</b>