O dólar teve novo dia de queda nesta segunda-feira, 22, embora tenha diminuído o ritmo nos negócios da tarde. O real acompanhou as moedas emergentes, em dia marcado por enfraquecimento generalizado no mercado internacional, refletindo por um lado a elevada liquidez e a expectativa de reabertura das economias, hoje com Nova York iniciando nova fase, o que estimulou a busca por risco nas bolsas americanas. Ao mesmo tempo, há o temor de uma segunda onda de coronavírus, com casos crescendo na Califórnia e Arizona.
Operadores relataram entrada de recursos externos no mercado doméstico, com o noticiário político sem maiores surpresas hoje, mas com as mesas monitorando os desdobramentos da prisão de Fabrício Queiróz. Na B3, junho pode ser o primeiro mês com fluxo positivo desde setembro de 2019. Nesta segunda-feira, o real teve o melhor desempenho no mercado internacional, em uma cesta de 34 moedas. No final do dia, o dólar à vista terminou em baixa de 0,89%, cotado em R$ 5,2706. Na mínima do dia, chegou a operar pela manhã abaixo de R$ 5,20. O dólar futuro para julho era negociado em queda de 0,84%, a R$ 5,2745 às 17h, mas a liquidez estava fraca, somando apenas US$ 12 bilhões em negócios, abaixo da média de US$ 18 bilhões de dias com bom volume.
O economista e operador da Advanced Corretora de Câmbio Alessandro Faganello observa que o mercado tem se movido por movimentos diferentes. Por um lado, o receio de uma segunda onda de coronavírus após relatos de aumentos de casos nos EUA. Por outros, ampla liquidez e apostas de recuperação nas economias que estão reabrindo.
Faganello lembra que a Casa Branca minimizou hoje os riscos de uma segunda onda, enquanto cresce no mercado a perspectiva de novo pacote de estímulos fiscais de Donald Trump. No mercado doméstico, com relação a atividade, o economista destaca que a prévia de índice de confiança de junho sinaliza que o indicador deve ter boa recuperação. O Índice de Confiança da Indústria (ICI) apurado na prévia de junho teve um avanço de 15,2 pontos em relação ao resultado fechado de maio. Se confirmado, o avanço será o mais acentuado da série histórica.
Sobre a atividade, o secretário de Política Econômica do Ministério da Economia, Adolfo Sachsida, disse hoje que a volta da economia em maio foi muito forte e abril foi mesmo o fundo do poço. Ele também prometeu que daqui a "dez ou doze dias" a agenda de reformas vai "vir forte" no Congresso.