A senadora Kátia Abreu (PP-TO) disse nesta quarta-feira, 24, em debate sobre desenvolvimento econômico que mesmo os economistas mais liberais, formados na Escola de Chicago, estão revendo conceitos de livre mercado diante de uma desigualdade que se aprofundou em meio a problemas ambientais.
"Hoje, temos problema ambiental com desigualdade aumentando, fazendo prêmios Nobel, economistas de Chicago, reverem seus conceitos de livre mercado, começam a direcionar conceitos para a questão de desigualdade. É um sinal de que coisas boas virão", disse a ex-ministra da Agricultura.
"A natureza não se vinga de ninguém, simplesmente faz sua autodefesa. Desenvolvimento não pode ser a qualquer preço, a qualquer custo", acrescentou a senadora.
Ao dar a sua visão sobre o que é desenvolvimento num painel do Brazil Forum UK, seminário organizado por estudantes no Reino Unido e transmitido pelo <b>Estadão</b>, Kátia Abreu observou que o PIB não é a única métrica de desenvolvimento de um país. "País só pode dizer que é desenvolvido se for país sem fome."
A parlamentar assinalou ainda que o desenvolvimento duradouro, ou sustentável, passa pela preservação da água, do solo e da biodiversidade, ao mesmo tempo em que o agronegócio precisa desenvolver tecnologias para conviver com a alteração climática sem agravá-la.
Ao participar do mesmo seminário, o ex-presidente do BNDES e ex-ministro da Fazenda Joaquim Levy, atualmente diretor de estratégia econômica do banco Safra, foi na mesma linha de Kátia, ao frisar que o desenvolvimento econômico deve ter como premissa o aproveitamento e preservação da diversidade, em busca de melhor qualidade de vida para a sociedade. "Desenvolvimento tem que abranger todo mundo, sem deixar gente para trás", comentou Levy.