Cinco dias após o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, propor elevação de impostos cobrados sobre grandes empresas para financiar um pacote de fomento à infraestrutura, a secretária do Tesouro norte-americano, Janet Yellen, afirmou que está trabalhando junto ao G-20 por um imposto corporativo mínimo global.
Em evento do <i>Chicago Council of Public Affairs</i> nesta segunda-feira, 5, Yellen defendeu a medida como forma de resistir a uma espécie de "guerra tributária", de olho na possibilidade de migração de empresas dos EUA caso a proposta de mais impostos seja aprovada.
Os esforços da ex-presidente do Federal Reserve (Fed, o banco central americano) em nome de uma revisão tributária global foram revelados mais cedo pelo portal <i>Axios</i>.
"Precisamos trabalhar em conjunto contra as pressões da competição tributária. Juntos, podemos ter um imposto mínimo global sobre corporações, para garantir que a economia mundial prospere com base em um jogo moralmente nivelado, que estimule a inovação e o crescimento", declarou a secretária do Tesouro, durante o evento virtual. "Trata-se de garantir que os governos tenham sistemas tributários que gerem receita o suficiente para investir em bens públicos e responder às crises. E garantir que todos os cidadãos compartilhem de forma justa o fardo de financiar o governo", acrescentou.
Para financiar seu pacote de US$ 2 trilhões em obras públicas, como forma de embalar a recuperação da economia americana, Biden propôs, na quarta-feira passada, aumento do imposto corporativo de 21% a 28%.
O texto ainda precisa ter o aval do Congresso e já enfrenta resistências no Partido Republicano, avesso a altas de impostos.
O presidente norte-americano também já havia sinalizado a possibilidade de um imposto mínimo global na ordem de 21%.