O Indicador de Incerteza da Economia Brasileira (IIE-Br) subiu 2,0 pontos na passagem de outubro para novembro, para 145,8 pontos, informou a Fundação Getulio Vargas (FGV). A alta interrompe uma sequência de seis quedas consecutivas.
O indicador está 30,7 pontos acima do nível de fevereiro passado, antes do agravamento da pandemia de covid-19 no Brasil.
"A alta da incerteza em novembro foi motivada pelo aumento do componente de mídia, que mede o nível de incerteza através da frequência de notícias com menção à incerteza nos principais veículos de imprensa nacionais. Este repique tem respaldo nas especulações em torno de uma segunda onda da covid-19 no Brasil, e suas consequências econômicas. O componente que mede a dispersão de Expectativas voltou a recuar, mas permanece 75 pontos acima do período pré-pandemia, refletindo a enorme dificuldade encontrada por especialistas de mercado em fazer previsões econômicas para os próximos 12 meses. Finalmente, o IIE-Br parece caminhar para finalizar o turbulento ano de 2020 em patamar extremamente elevado e com pouca sinalização de retorno a patamares mais confortáveis no curto prazo", avaliou Anna Carolina Gouveia, economista do Instituto Brasileiro de Economia da FGV (Ibre/FGV), em nota oficial.
O IIE-Br é composto por dois componentes: o IIE-Br Mídia, que faz o mapeamento nos principais jornais da frequência de notícias com menção à incerteza; e o IIE-Br Expectativa, que é construído a partir das dispersões das previsões para a taxa de câmbio e para o IPCA.
O componente de Mídia subiu 3,6 pontos, para 129,6 pontos, após ter recuado por seis meses consecutivos, contribuindo com +3,1 pontos para o IIE-Br mês. O componente de Expectativas recuou 2,3 pontos, para 192,0 pontos, contribuindo com -1,1 ponto para o índice de novembro.
A coleta do Indicador de Incerteza da Economia brasileira é realizada entre o dia 26 do mês anterior ao dia 25 do mês de referência.