Estadão

Em ofício, Randolfe cita grupos bolsonaristas por trás de ataques pessoais

Grupos bolsonaristas estariam por trás do envio de mensagens com teor de ataque e agressão enviadas ao celular do vice-presidente da CPI da Covid, Randolfe Rodrigues (Rede-AP). O indicativo é apontado em ofício endereçado pelo senador ao presidente da comissão, Omar Aziz (PSD-AM), pedindo providências da Polícia Federal ou da Polícia Legislativa do Senado. No início da sessão, Aziz afirmou que o conjunto de ataques será encaminhado para investigação.

No documento, Randolfe afirma que começou a receber neste fim de semana uma "sucessão de ameaças" em seu número pessoal. Segundo o senador, algumas das mensagens esclareceram a ele que seu número telefônico foi compartilhado em "grupos bolsonaristas" para essa finalidade. Um print da tela do celular de Randolfe mostra a seguinte mensagem: "estão espalhando esse número em grupos bolsonaristas como se fosse do Randolfe. E mandando as pessoas ameaçarem".

"Trata-se, como se vê, de uma nefasta tentativa de constranger e intimidar este parlamentar no mais lídimo exercício das amplitudes de seu mandato, especialmente voltado, nesse momento, à proteção do povo brasileiro no tocante à pandemia de coronavírus que vem nos assolando e devastando nossa população e nossa esperança", afirma Randolfe, que anexou ao documento uma série de prints com mensagens recebidas por ele.

"Pare de prejudicar o Brasil, nesta vida tudo tem retorno", diz uma delas. "Vc é bandido", "Você é um falso e demagogo democrata", afirmam outros usuários.

Para pedir uma investigação sobre o episódio, Randolfe citou artigo da lei que rege as regras das Comissões Parlamentares de Inquérito, o qual tipifica como crime a conduta de "impedir, ou tentar impedir, mediante violência, ameaça ou assuadas, o regular funcionamento de Comissão Parlamentar de Inquérito, ou o livre exercício das atribuições de qualquer dos seus membros".

"É com, Senhor Presidente, profundo pesar à nossa democracia que esse tipo de ameaças às legítimas atividades parlamentares aconteçam. Contudo, não podemos nos curvar aos arroubos autoritários desses tempos hodiernos, tomando todas as medidas jurídicas cabíveis para fazê-los cessar", diz o vice-presidente da CPI no ofício assinado nesta segunda-feira (17).

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