Operação contra o tráfico de drogas, deflagrada pela Polícia Federal em Guarulhos, nesta terça-feira (18), já prendeu 28 pessoas que tiveram mandado de prisão expedido pela Justiça.
As investigações começaram em novembro de 2019. Segundo a PF, os acusados burlavam a segurança e inspeção de bagagens para exportar cocaína ilegalmente. A droga era enviada para cidades como Lisboa (Portugal), Amsterdã (Holanda), Berlin (Alemanha) e Johanesburgo (África do Sul).
Dos mandados de prisão cumpridos até o momento, 18 são para prisões temporárias e 10 de preventivas, além de 48 mandados de busca e apreensão, em Guarulhos, São Paulo e Sorocaba.
Os principais alvos da operação são funcionários e ex-funcionários de empresas terceirizadas que prestam serviço para o aeroporto, geralmente na área de logística.
O Aeroporto de Guarulhos registra o maior movimento internacional do país, concentrando 60% dos voos internacionais do país. Por isso é usado estrategicamente para escoamento de drogas para fora do país.
Parte dos criminosos era responsável por despachar as malas com a cocaína, que eram entregues diretamente aos funcionários que tinham acesso ao transporte e inspeção de bagagens.
Na área de inspeção, os funcionários operavam de duas maneiras: colocavam uma etiqueta preenchida manualmente, conhecida como rush, na bagagem com droga ou retiravam etiquetas de malas de passageiros, que foram legalmente despachadas, e colocavam nas malas com cocaína.
Além disso, as bagagens com os entorpecentes não passavam pelo aparelho de raio-x e eram introduzidas diretamente nas aeronaves.
De acordo com a Polícia Federal, em média, os funcionários investigados tinham remuneração de R$ 1,5 mil por mês, e ostentavam patrimônio incompatível com o salário.
Um dos presos, por exemplo, tinha uma frota de 19 veículos que eram alugados para motoristas que trabalham com o serviço de aplicativo Uber.
Durante um ano e meio de investigação, foram apreendidos 1,5 tonelada de cocaína.