Capitão da seleção brasileira na vitória sobre o Paraguai, pelas Eliminatórias da Copa do Mundo, o zagueiro Marquinhos afirmou na noite desta terça-feira que o elenco atual da equipe não se negou a defender o Brasil na Copa América, que será disputada em solo nacional a partir de domingo. Mas evitou confirmar a participação dos jogadores do time na competição.
"Sabemos de todo o contexto da Copa América. Creio que foi muito discutido nos últimos dias internamente e externamente. A gente vê tudo o que as pessoas falam mesmo sem saber da verdade dos fatos", disse Marquinhos, sem especificar os "fatos".
A participação da seleção na Copa América havia se tornado uma incógnita em razão da insatisfação dos jogadores com a decisão da CBF de aceitar o convite da Conmebol em sediar a competição no Brasil sem consultar o elenco. O torneio estava marcado inicialmente para Colômbia e Argentina, mas os dois países desistiram por questões internas e também em razão da pandemia.
De última hora, a Conmebol consultou a CBF, que recebeu o aval do governo federal para receber o grande evento. Na sequência, a relação entre o elenco e o presidente Rogério Caboclo piorou em uma reunião em que os jogadores se sentiram desrespeitados. A situação, contudo, foi amenizado com o afastamento temporário de Caboclo da presidência da CBF devido a uma acusação de assédio sexual e moral por uma funcionária da entidade.
A Copa América, então, se tornou alvo da polarização política do País e o técnico Tite e os jogadores foram alvos de diversas críticas nas redes sociais. "Quero deixar claro que em momento algum os jogadores se negaram a vestir essa camisa. Porque isso aqui é o nosso sonho de criança, víamos todos na televisão e sonhávamos um dia estar aqui. E hoje estamos aqui. É o maior orgulho para a gente estar vestindo essa camisa da seleção brasileira", disse Marquinhos, em tom de desabafo.
O zagueiro, contudo, deixou em aberto qual será a postura dos jogadores em relação à Copa América, apesar de o elenco já ter indicado que disputará o torneio. "Fizemos o que tínhamos de fazer, nestes dois jogos (das Eliminatórias da Copa), que era o nosso foco do momento. E a partir de agora vamos ver o que será decidido", declarou.
"Como todos vêm falando, sabemos que existe uma hierarquia. Somos jogadores, somos cientes do nosso papel, que é importante, mas só queria deixar bem claro que em nenhum momento nos negamos a vestir essa camisa", reiterou.
Sobre o jogo, o zagueiro comemorou a vitória por 2 a 0, que encerrou um jejum brasileiro no Paraguai. "Graças ao bom trabalho, creio que fizemos um excelente jogo. Sabemos da dificuldade que é jogar aqui. Historicamente, desde 1985 o Brasil não ganha aqui e foi isso que viemos buscar. E estamos felizes de abrir esses pontos importantes na ponta da tabela contra o segundo colocado", afirmou, referindo-se à vantagem do Brasil na liderança da tabela – 18 contra 12 da Argentina.
"Creio que foi uma partida de alto nível. Gostei muito. O time do Paraguai cresceu muito nos últimos tempos. Foi um jogo de detalhes, onde a gente conseguiu fazer esse gol logo no começo. E isso nos deu uma tranquilidade muito maior de trabalhar a bola, de ter mais segurança. E o Paraguai teve que sair para buscar o resultado e conseguimos matar o jogo no final."