O atual cenário da pandemia no Brasil é de "alto risco", segundo o novo Boletim do Observatório Covid-19 Fiocruz, divulgado nesta quarta-feira, 9. A estabilização do número de novos casos em patamares muito altos indica uma elevada taxa de transmissão do vírus Sars-CoV2. Além disso, pelo menos 20 Estados e o DF, além de 17 capitais, apresentam taxas de ocupação em hospitais iguais ou superiores a 80%. Essa combinação, dizem os especialistas, "demanda atenção e prudência" nos próximos dias.
Neste contexto, alertam, "o monitoramento dos indicadores exige maior velocidade entre detecção de sinais de mudanças e tomadas de decisão nos Estados e capitais que apresentam um quadro mais crítico". Na última semana epidemiológica (30 de maio a 5 de junho) foi mantida a tendência de estabilização dos indicadores de incidência e mortalidade no Brasil. Foram registrados cerca de 62 mil novos casos e 1,6 mil mortes diárias por covid-19, "o que configura um alto patamar de risco". Apesar de ligeira queda no número de óbitos (-1,5%), a transmissão do vírus permanece em patamares muito altos.
"Esse contexto continua a produzir fortes pressões sobre todo o sistema de saúde, considerando que milhares dos casos podem apresentar quadros clínicos graves, exigindo internação e cuidados intensivos", advertem os especialistas.
De acordo com o novo boletim, 12 unidades da federação apresentam taxas de ocupação de leitos de UTI covid-19 iguais ou superiores a 90%. São: Tocantins (94%), Maranhão (90%), Ceará (93%), Rio Grande do Norte (94%), Pernambuco (97%), Alagoas (91%), Sergipe (99%), Paraná (96%), Santa Catarina (97%), Mato Grosso do Sul (107%), Goiás (90%) e Distrito Federal (90%). Outras nove apresentam taxas de ocupação entre 80% e 89%: Roraima (87%), Piauí (88%), Paraíba (80%), Bahia (84%), Minas Gerais (82%), Rio de Janeiro (81%), São Paulo (82%), Rio Grande do sul (84%) e Mato Grosso (87%).
Doze capitais estão com taxas de ocupação de leitos de UTI iguais ou acima de 90%: Palmas (93%), São Luís (97%), Teresina (número estimado acima de 90%), Fortaleza (95%), Natal (93%), Maceió (90%), Aracaju (98%), Rio (92%), Curitiba (102%), Campo Grande (106%), Goiânia (91%) e Brasília (98%). Em outras cinco capitais, a ocupação está entre 80% e 89%: Boa Vista (87%), Belém (88%), Recife (86%), Salvador (81%) e Florianópolis (88%). Para os cientistas, Estados e municípios precisam, sob coordenação federal, adotar urgentemente medidas, sobretudo diante da lentidão da vacinação. As informações são do jornal <b>O Estado de S. Paulo.</b>