Estadão

Primeira-dama do Paraguai tem parentes no prédio que desabou

O Ministério de Relações Exteriores do Paraguai informou nesta quinta-feira, 24 que entre os seis paraguaios desaparecidos após o colapso de um edifício na Flórida estão Sophia López-Moreira, irmã da primeira-dama do país, Silvana López-Moreira, o marido dela, o empresário Luis Pettengill, e três filhos do casal. Entre os desaparecidos também há uma mulher identificada como Gladys Villalba, que trabalhava para a família.

A chancelaria e o Consulado-Geral do Paraguai em Miami continuavam monitorando a situação e confirmaram que o número de desaparecidos se mantinha em 6. O cônsul do Paraguai em Miami, Justo Pastor Apodaca, desmentiu as informações divulgadas nas redes sociais de que os paraguaios tinham sido encontrados com vida. "Não há mais compatriotas, não recebi outras denúncias de amigos ou parentes, nem o consulado, estavam somente eles", disse.

O presidente do Paraguai, Mario Abdo Benítez, suspendeu atividades previstas para ontem no norte do país para acompanhar as informações sobre a família de sua mulher. Segundo a presidência, a primeira-dama viajaria ontem mesmo para Miami.

<b>Latinos</b>

Ao todo, são 28 os latino-americanos desaparecidos em Miami. Além dos paraguaios, há três uruguaios, nove argentinos, quatro venezuelanos e seis colombianos.

Nicolás Patoka ficou durante quatro horas após o desastre tentando telefonar para dois amigos que estavam no prédio com uma filha pequena. A família argentina tinha ido para os Estados Unidos três meses atrás para se vacinar e escapar da pandemia de coronavírus em seu país, disse Patoka, empresário do setor imobiliário que há oito anos mora em Miami. "Espero que talvez alguém ouça o telefone tocando. Sei que há cães farejadores", disse.

"Eu sei que pode parecer ridículo o que estou dizendo, mas sempre há esperança. Eles não eram apenas amigos, eram família", disse Patoka, referindo-se a Andrés Galfrascoli, um famoso cirurgião plástico de 44 anos, o marido dele, Fabián Nuñez, de 55 anos, e Sofía, de 5 anos, filha do casal. Eles estiveram alojados na casa de Patoka em Hollywood, a 40 minutos de Surfside, desde que chegaram a Miami, mas o empresário lhes havia oferecido o apartamento de Champlain Towers South para que passassem uns dias. Eles tinham chegado ao prédio na quarta-feira.

A identidade dos outros seis argentinos desaparecidos não foi revelada. A poucas quadras do local da tragédia, em Surfside, há uma área conhecida como Little Buenos Aires em razão dos muitos argentinos que vivem ali e da presença de restaurantes que servem pratos típicos da Argentina.

O cônsul do Uruguai em Miami, Eduardo Bouzout, disse a El País que os desaparecidos são um casal e uma mulher de 82 anos. Ele acrescentou que ele não conseguiu estabelecer se eles moravam na parte do edifício que desabou ou na que continua de pé. "Houve uma retirada rápida das pessoas e, pensando de forma positiva, pode ser que estejam sem celular ou sem poder se comunicar", disse o diplomata. "Oficialmente, não há nenhuma informação sobre mortos, além do que foi notificado", afirmou.

O cônsul disse que soube dessas três pessoas desaparecidas porque os parentes entraram em contato com a missão diplomática para pedir informações e colaboração. "Os parentes estão muito preocupados, pois não conseguiram contato com eles desde o trágico desabamento", acrescentou Bouzout.

O embaixador da Venezuela nos EUA, Carlos Vecchio, informou que quatro venezuelanos foram reportados como desaparecidos depois do desabamento da Champlain Towers South. Ele acrescentou que os funcionários consulares estavam acompanhando a situação e mantendo contato com os parentes dos desaparecidos.

No final da tarde de ontem, a chancelaria da Colômbia informou que seis colombianos que residiam no prédio também estavam desaparecidos, mas que ainda não se sabia se eles estavam ou não no local. (COM AGÊNCIAS INTERNACIONAIS)
As informações são do jornal <b>O Estado de S. Paulo.</b>

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