O relógio marcava quase 3 horas da manhã quando a diretoria do Flamengo anunciou o fim da passagem de Rogério Ceni pelo clube. Os dirigentes fizeram longa reunião na Gávea, invadindo a madrugada, e cederam às pressões de conselheiros e torcedores que cobravam a saída do técnico pela falta de padrão e confiança apresentadas pela equipe.
Depois de duas derrotas seguidas no Brasileirão e de um áudio vazado de Roberto Drummond, analista do departamento de scout, detonando a postura de Ceni com sua “arrogância” e o “descaso”, dizendo que o técnico era “uma pessoa ruim” para com os profissionais do clube, a situação ficou insustentável. Apesar de o Flamengo anunciar a saída do funcionário, desta vez não houve respaldo ao treinador.
Nesta semana, Ismael Rescalvo, técnico do Emecec, do Equador, já havia revelado ter sido procurado pelo clube carioca, em mais um indício do processo de fritura de Ceni na Gávea. Mesmo “bancando” seu comandante, o clube já pesquisava possíveis substitutos no mercado. O novo comandante deve ser anunciado o mais breve possível.
“O Clube de Regatas do Flamengo informa que não continuará com Rogério Ceni à frente do time principal. O Clube agradece pelos serviços prestados e deseja sucesso nos próximos desafios”, postou o Flamengo às 2h46, num desfecho que todos já imaginavam assim que a reunião foi convocada às pressas numa sexta-feira tumultuada.
No jogo contra a Chapecoense, neste domingo, pela 11ª rodada do Brasileirão, a equipe mais uma vez será comandada por Maurício Souza, que já “quebrou galho” nas férias do time titular e quando Rogério Ceni foi diagnosticado com a covid-19.
Rogério chegou ao Flamengo em novembro de 2020. De cara, eliminação na Copa do Brasil para o São Paulo com duas derrotas. Conseguiu, porém, erguer o título do Brasileirão, mesmo perdendo o jogo final. Ainda ganhou o Carioca e a Supercopa do Brasil. Sai com um desempenho de 59% de aproveitamento e sem jamais agradar a torcida e os dirigentes.
O nome de Renato Gaúcho é o mais cotado para a vaga. Mas os diretores terão de convencer o presidente Rodolfo Landim, que jamais quis abrir mão de Ceni e gostaria de ver um novo estrangeiro na direção flamenguista.