Estadão

Pobreza é custo de longo prazo deixado pela pandemia, afirma Sachsida

O secretário de Política Econômica do Ministério da Economia, Adolfo Sachsida, afirmou nesta quarta-feira, 14, que a pobreza é um "custo de longo prazo" deixado pela pandemia do novo coronavírus. "Infelizmente, aumentou a pobreza no mundo inteiro e também no Brasil", afirmou, durante coletiva de imprensa.

Sachsida defendeu ainda que o Brasil precisa ter programas "mais robustos" para atender às famílias carentes. O secretário afirmou ainda que, no mês de novembro, a Secretaria de Política Econômica (SPE) do ministério organizará um evento para debater todos os custos de longo prazo da pandemia, que não se limitam à questão da pobreza. "Há hoje um número expressivo de pessoas que não estão indo aos exames médicos na pandemia ", exemplificou. "É um choque negativo de saúde pública."

<b>Teto de gastos</b>

Adolfo Sachsida também disse que o governo federal cumprirá o teto de gastos em 2021 e também em 2022. "O Brasil irá gastar no ano que vem exatamente o que gastou este ano", afirmou. "Estamos gastando o teto de gastos este ano e gastaremos o teto o ano que vem", acrescentou.

O teto de gastos é a regra fiscal que limita o gasto público ao equivalente ao orçamento do ano anterior, corrigido pela inflação. Durante a coletiva de imprensa, Sachsida disse que é "equivocado" dizer que o governo elevará os gastos no ano que vem. "Iremos gastar ano que vem o mesmo deste ano. A diferença será a composição do gasto."

O secretário lembrou que o teto é atualizado com base na inflação. Segundo ele, por este motivo, se o governo promover a consolidação fiscal e aprovar mais reformas, haverá maior espaço para alocação do gasto público. Na prática, conforme Sachsida, isso não representará mais gastos, mas melhor alocação do gasto público.

<b>Inflação</b>

Adolfo Sachsida disse que, à medida que houver avanço da vacinação no Brasil, o setor de serviço retomará a atividade, com possível impactos sobre a inflação. Ele pontuou, no entanto, que a inflação de serviços vem apresentando baixos porcentuais nos últimos meses.

"O importante é a ancoragem de expectativas", disse o secretário. O Ministério da Economia atualizou hoje sua grade de parâmetros para a economia. A nova projeção de inflação para 2021 é de 5,90%, acima dos 5,05% calculados anteriormente.

<b>Crise hídrica</b>

O secretário de Política Econômica do Ministério da Economia afirmou, também, que o Ministério de Minas e Energia (MME) está liderando as discussões sobre a crise hídrica no Brasil, que traz impactos para o setor elétrico. Ele evitou, no entanto, se aprofundar sobre os impactos da crise hídrica sobre a inflação. "Estamos confiantes", limitou-se a dizer. Sachsida participou nesta quarta-feira da divulgação dos novos parâmetros macroeconômicos do Ministério da Economia.

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