O Brasil figurou entre os três países com maior número de mortes de ativistas ambientais em 2019. O dado faz parte de um relatório anual da organização Global Witness, que faz o levantamento sobre ataques contra defensores da terra e do meio ambiente. Em 2019, 24 ativistas foram assassinados no Brasil. Em 2018, esse registro havia chegado a 20 vítimas, conforme os dados da organização internacional.
No ranking da violência no campo, a Colômbia surge como o país com mais casos. Foram 64 mortes em 2019, seguida por Filipinas (43), Brasil (24), México (18), Honduras (14) e Guatemala (12). Em todo o mundo, a organização registrou 212 pessoas mortas no ano passado, por defenderem pacificamente suas casas e resistirem à destruição da natureza. Em 2018, o número total chegou a 164 mortos.
Trata-se de número de referência. Globalmente, como reconhece a instituição, o verdadeiro número de assassinatos é maior, pois os casos não chegam a ser documentados. A violência ligada a projetos de mineração foi a mais letal do mundo, com 50 defensores mortos em 2019. Mais da metade dos assassinatos ocorreu em comunidades na América Latina afetadas pela mineração.
A exploração madeireira foi o setor com o maior aumento de mortes no mundo desde 2018, com 85% a mais de ataques registrados contra defensores que se opõem à indústria. Mais de dois terços dos assassinatos ocorreram na América Latina, que tem sido consistentemente classificada como o continente mais afetado desde que a Global Witness começou a publicar dados, em 2012.
A Global Witness é uma organização internacional fundada em 1993, no Reino Unido, que atua analisando os elos entre exploração de recursos naturais, conflitos, corrupção e abusos de direitos humanos a nível mundial. Tem escritórios em Londres, Washington e Bruxelas.