O governo João Doria (PSDB) declarou nesta quarta-feira, 14, que a ampliação da vacinação contra a covid-19 contribuiu para uma queda de 46% em quatro meses das mortes de pessoas internadas pela doença no Estado São Paulo. No mesmo período, de março a junho, a redução foi de 44% nas hospitalizações.
"É resultado dos altos índices de cobertura vacinal", afirmou Doria. De acordo com o governo, a taxa de letalidade entre as pessoas internadas com covid-19 era de 35% em março (a mais alta do semestre), ou seja, entre cerca de 67 mil pacientes, 23 mil morreram. Em junho, a porcentagem foi de 19%: entre 37 mil internados, 7 mil morreram.
O secretário da Saúde, Jean Gorinchteyn, destacou que a queda ininterrupta nas taxas é de quatro semanas em casos e óbitos e de cinco semanas em hospitalizações."Estamos internando pessoas menos graves e, com isso, fazendo com que impacto seja reduzido (de piora nos quadros dos pacientes)", atribuiu.
A média móvel (calculada com dados dos últimos sete dias) foi de 1.610 internações diárias na terça-feira, 13, e está em redução há cerca de um mês. A taxa atual é semelhante à do fim de fevereiro (1.600 no dia 22 daquele mês), mas ainda é o dobro da registrada no início de novembro (840 em 7 de novembro).
Em óbitos, a taxa foi de 351 registros na terça. Ela é semelhante ao início de março, mas ainda superior aos recordes de 2020 (cujo maior registro foi uma média de 219 mortes, em 15 de setembro).
Os municípios paulistas somam 3.896.083 casos e 133.364 óbitos confirmados por coronavírus. A taxa de ocupação de leitos (que inclui públicos e privados) de UTI é de 64,9% para casos relacionados à doença. Ao todo, há 7.812 internados em terapia intensiva, além de 7.664 em enfermarias.
O governo também voltou a declarar que não pretende antecipar a aplicação da segunda dose da vacina da AstraZeneca/Oxford, como foi decidido por outros Estados. "Achamos que não é esse o momento oportuno", justificou Regiane de Paula, coordenadora do Plano Estadual de Imunização. Segundo ela, a antecipação será discutida na noite de quinta-feira, 15, novamente, em uma reunião.
Ao todo, 62% dos adultos que moram no Estado receberam a primeira dose do imunizante. Além disso, 95% da população com 90 anos ou mais tomou as duas doses, enquanto a cobertura vacinal é de 100% no público estimado de 70 a 89 anos.
Após pergunta de um jornalista, o coordenador executivo do Centro de Contingência, João Gabbardo, chegou a comentar que a expectativa é que a pandemia esteja controlada no Estado após a aplicação da primeira dose nas faixas etárias de 12 anos ou mais. "Até o final do mês de setembro, teremos em torno de 86% da população com uma dose."
Segundo ele, com essa cobertura, será possível realizar novas flexibilizações para eventos. "Não estamos perto da volta da normalidade, que será adquirida de uma forma gradual e diretamente relacionada ao nosso processo de imunização", ponderou.
Na coletiva, Doria ainda ressaltou que o Instituto Butantan liberou 800 mil de doses da vacina Coronavac ao governo federal nesta quarta. Outras 200 mil devem ser entregues na quinta-feira, 15.
O diretor do instituto, Dimas Covas, voltou a dizer que as 100 milhões de doses contratadas pelo Ministério da Saúde serão entregues até o fim de agosto. Outras 30 milhões de vacinas foram compradas pelo governo paulista.
Doria chegou a dizer que a estimativa é que parte dessa compra não seja utilizada pelos paulistanos e, caso sobre, será destinada a Estados que procuraram São Paulo, como Ceará e Espírito Santo.
<b>Pais de alunos receberão R$ 500 para fiscalizar cumprimento de protocolos nas escolas</b>
Doria anunciou o lançamento do programa Bolsa do Povo Educação, que pagará R$ 500 mensais a familiares desempregados de alunos da rede estadual de educação para atuarem por 4 horas diárias na fiscalização do cumprimento de protocolos contra a covid-19. As atividades ocorrerão de agosto a dezembro deste ano, com inscrições entre 19 e 31 de julho no site bolsadopovo.sp.gov.br, com foco nas famílias mais vulneráveis. Um programa semelhante foi implementado pela Prefeitura paulistana em março na rede municipal, com uma bolsa-auxílio de R$ 1.155 para 6 horas diárias de atividades.