Jogar longe do Engenhão não vem fazendo bem ao Botafogo no quesito apresentação. Nesta quarta-feira, o time mais uma vez deixou a desejar como mandante no Campeonato Carioca. Já não tinha jogado bem na virada diante do Nova Iguaçu e repetiu os erros no empate com o Madureira, no Giulite Coutinho, após sair atrás do placar. O 1 a 1 em Mesquita não foi suficiente para os comandados de Marcelo Chamusca entrarem no sonhado G4.
Com a proibição de jogos na capital do Rio de Janeiro em medidas de combate à covid-19, o Botafogo vem fazendo um tour como mandante pelo interior, ora em Saquarema, ora em Mesquita. Em estádios e gramados "desconhecidos", não consegue emplacar vitórias no Estadual pela meta de ir às semifinais.
Desta vez, falhou na missão de acabar com a invencibilidade do Madureira para assumir a terceira colocação. Com a igualdade, se manteve no sexto lugar, ainda na porta do G4. Tem pela frente novo adversário direto: a Portuguesa-RJ.
Mesmo com a saída de Marcelo Benevenuto, não foi desta vez que o argentino Carli iniciou pela primeira vez entre os titulares após seu retorno ao Botafogo. Marcelo Chamusca optou pela volta de Kanu, que cumpriu suspensão, ao lado de Gilvan.
Herói diante do Nova Iguaçu ao definir a virada para 2 a 1 nos acréscimos, Marco Antônio agora virou titular absoluto do Botafogo. Sobrou a reserva para Warley. Do mais, manutenção dos titulares que haviam iniciado diante da equipe de Duque de Caxias.
Se Chamusca antes optou por voto de confiança em Benevenuto, agora não via motivos para "sacrificar" o então titular Kanu. Pode revisar sua ideia pelo primeiro tempo do time no Giulite Coutinho.
Buscando finalmente entrar no tão almejado G4, a ordem era evitar os erros atrás e ter um desempenho melhor na frente. Contudo, nem todas as recomendações parecem ter sido entendidas. O ataque pouco criou de efetivo, apesar da pressão sem finalizações, antes do intervalo e, assim como diante do Nova Iguaçu, a defesa voltou a falhar atrás.
E foi um erro coletivo. Kanu errou a cabeçada, a bola bateu na canela de Jonathan e sobrou para o atacante do Madureira. O goleiro saiu mal e Gilvan só olhou Luiz Paulo abrir o marcador. Mesmo sendo dominado, o Madureira "imitou" o Nova Iguaçu e, no primeiro ataque, foi efetivo.
A questão: conseguiria o Botafogo repetir o poder de reação da rodada passada diante de um time mais forte, único invicto no Carioca e buscando igualar a pontuação de Flamengo e Volta Redonda, os ponteiros?
A expectativa era de que Chamusca mudasse o time já na volta do intervalo. Ainda mais mandando todo mundo ao aquecimento. Ele, entretanto, optou pelo voto de confiança. Matheus Babi, Marco Antônio e Felipe Ferreira estavam mal no jogo e retornaram. O treinador "perdeu" 15 minutos com sua insistência no que não dava certo. Até investir em Ronald e em Ênio, autor do empate no jogo passado. Buscava um repeteco.
E foi premiado com gol do único jogador não sacrificado do setor ofensivo. Babi, mesmo apagado, mostrou faro de artilheiro. Felipe Lacerda deu rebote no chute de Rafael Navarro e lá estava o centroavante no lugar certo para decretar o empate. Desta vez, restava muito mais tempo para o Botafogo buscar nova virada. Uns 20 minutos ao menos.
E o triunfo por pouco não veio. Em uma bola desviada pela defesa do Madureira, a bola bateu na trave. Apesar de tentar um sufoco não minutos finais, o Botafogo deu mostras que precisa melhorar muito se sonha com algo grande no estadual. Jogou mal de novo e não merecia ir além do empate.
FICHA TÉCNICA:
BOTAFOGO 1 x 1 MADUREIRA
BOTAFOGO – Douglas Borges; Jonathan (Warley), Kanu, Gilvan e Paulo Victor; Kayque (Ricardinho), Matheus Frizzo, Marco Antônio (Ênio) e Felipe Ferreira (Ronald); Marcinho (Rafael Navarro) e Matheus Babi. Técnico: Marcelo Chamusca.
MADUREIRA – Felipe Lacerda; Rhuan, Edmário, Maurício Barbosa e Juninho; Victor Feitosa, Humberto e Nivaldo (Caíque Valdívia); Sillas, Luiz Paulo (Sampaio) e Bruno Santos (Natan). Técnico: Alfredo Sampaio.
GOLS – Luiz Paulo, aos 26 minutos do primeiro tempo. Matheus Babi, aos 29 minutos do segundo tempo.
CARTÕES AMARELOS – Matheus Babi e Rafael Navarro (Botafogo); Victor Feitosa, Edmário e Juninho (Madureira).
ÁRBITRO – Wagner Nascimento Magalhães.
RENDA E PÚBLICO – Jogo sem torcida.
LOCAL – Estádio Giulite Coutinho, em Mesquita (RJ).