Pela terceira vez, no período da pandemia, o governo paulista decidiu na terça-feira, 22, pelo retrocesso da região de Presidente Prudente à fase vermelha, caso único em todo o Estado que terá restrição total e contínua de hoje até o dia 7. A cidade de Presidente Prudente, em específico, não tem mais nem vagas de UTI.
Conforme o secretário Municipal de Saúde, Valmir da Silva Pinto, por se tratar de polo de região e referência para 45 municípios, a situação "é muito preocupante". "A taxa de ocupação de leitos está apurada em 93% para UTI e em 70,41% para leitos de enfermaria, isso na região. Porém, no caso específico do município, a ocupação já atingiu 100%. Se falarmos em leitos clínicos, a ocupação está na casa de 72% na região e 76% no município, isso na Santa Casa e no Hospital Regional, pois nos hospitais particulares já chegamos também a 100%."
Segundo ele, há necessidade de transferências. "Já temos pacientes de plano de saúde nas UPAs (Unidades de Pronto Atendimento) que estão em observações e alguns até entubados à espera de vagas."
A auxiliar administrativa Maria Helena de Souza, de 33 anos, residente no Bairro Ana Jacinta, conta que precisou do atendimento para a mãe de 61 anos, que apresentava sintomas da covid-19, mas teve dificuldades. "Minha mãe teve os sintomas e nós rapidamente procuramos atendimento na Santa Casa, porém tinha muita gente e a espera era do lado de fora. Escutamos comentários de que não existia vaga para o tratamento, então decidimos ir para a UPA onde fomos atendidos. Mas, felizmente, minha mãe fez o exame e testou negativo", contou.
Presidente Prudente, que conta com 230.371 habitantes, tem atualmente 38.312 notificações, sendo 27.969 negativos e 9.212 positivos. Desses casos, foram registrados 182 mortes e outros 1.131 seguem aguardando diagnóstico, seja por resultado de exame laboratorial, clínico ou por imagem, ou até mesmo encerramento de ficha no sistema. Atualmente a cidade apresenta 73 moradores hospitalizados, sendo 27 em unidades de terapia intensiva.
<b>Narguilé</b>
O secretário municipal de Saúde disse também que a população precisa colaborar. "O Brasil paga pela falta de sensibilidade da população. A prefeitura publicou um decreto proibindo o consumo de bebidas e de narguilé em locais públicos. Mas, se não houver a colaboração do cidadão, vamos ter uma luta inglória. Nessas datas festivas, vamos contar com o apoio da Polícia Militar e intensificar a fiscalização."
As informações são do jornal <b>O Estado de S. Paulo.</b>