O secretário especial de Previdência e Trabalho do Ministério da Economia, Bruno Bianco, disse nesta quarta-feira (23) que a pasta trabalha para "geração de oportunidades" de emprego para os informais em 2021, mas emendou que esse não é o "momento oportuno" para abrir maiores detalhes do que o governo planeja fazer. Segundo Bianco, ainda são necessárias conversas com o ministro da Economia, Paulo Guedes, e com o presidente Jair Bolsonaro sobre os próximos passos.
"Nosso foco é geração de oportunidades no ano de 2021, estamos trabalhando nisso. O presidente foi expresso na preocupação com informais e formais", disse Bianco ao ser questionado sobre o que acontecerá com a massa de trabalhadores informais que ficará sem renda com o fim do pagamento do auxílio emergencial.
"Agora temos banco de dados absolutamente robusto, e estamos trabalhando sim para geração de oportunidades em 2021. Ainda não podemos abrir detalhes, não é momento oportuno", afirmou o secretário.
Bruno Bianco também disse não acreditar que os números do mercado formal de trabalho sejam artificiais em razão do Programa Emergencial de Manutenção do Emprego e da Renda (Bem).
Para Bianco, o impacto da pandemia no mercado de trabalho não será mais forte no próximo ano em razão do fim do programa. "É um bom debate, mas eu acho que não", disse. "Ainda que o prazo tenha sido ampliado, elas (empresas) não mais se utilizaram do programa. Isso demonstra de maneira clara que a retomada do emprego não é artificial. O mercado por si só já está gerando empregos", afirmou.
Criado em razão da pandemia, no programa, o governo federal paga um benefício a trabalhadores que tiveram seus contratos de trabalho suspensos ou que tiveram redução proporcional de jornada de trabalho e de salário. Até o momento, R$ 31,3 bilhões já foram pagos.
O mercado de trabalho formal brasileiro registrou em novembro a abertura de 414.556 vagas. Segundo o Ministério da Economia, esse é o melhor resultado para todos os meses desde o início da série histórica do Caged. Na avaliação de Bianco, o BEm ajudou mercado, mas ele disse não haver preocupação com "desmame". "A ajuda estatal (a emprego) foi fundamental, histórica e das melhores do mundo. Mas a saída dela, o desmame, é muito claro quando se olha os dados do BEm", disse.