As bolsas de Nova York fecharam em alta, nesta segunda-feira, com o Nasdaq tendo renovado seu recorde de fechamento e o S&P 500, a máxima histórica intraday. O maior apetite por risco marcou a sessão nos mercados internacionais. Notícias sobre vacinas nos Estados Unidos e dados locais contribuíram para o avanço.
No fechamento, o Dow Jones avançou 0,61%, a 35.335,71 pontos, o S&P 500 subiu 0,85%, a 4.479,53 pontos, e o Nasdaq teve alta de 1,55%, a 14.942,65 pontos.
Nos EUA, a Administração de Alimentos e Medicamentos (FDA, a Anvisa nprte-americana) anunciou, pela primeira vez, a aprovação integral – não mais apenas emergencial – da aplicação da vacina contra a covid-19 em maiores de 16 anos.
O imunizante produzido pela Pfizer, em parceria com a BioNTech, recebeu a concessão. A ação da Pfizer, que também anunciou hoje um acordo de aquisição da Trillium Therapeutics, subiu 2,60% e foi acompanhada por outra fabricante de vacinas, a Moderna (+7,55%).
O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, considerou a aprovação um "marco" no combate à pandemia e informou que mais de um milhão de doses do imunizante foram aplicadas nos últimos três dias, maiores taxas desde junho. Na análise da TD Securities, é o medo da cepa delta do coronavírus que impulsiona a vacinação pelo país. Para a Oxford Economics, de modo geral, a delta não é motivo para "grande pânico", pois "em vez de empurrar as economias de volta à recessão, o mais provável é que a recuperação apenas recue no curto prazo".
Com a melhora no sentimento geral do mercado, as petroleiras ExxonMobil (+4,11%) e Chevron (+2,58%) também avançaram. Boeing (+3,16%) registrou alta e foi acompanhada pelas aéreas, como American Airlines (+3,30%) e United Continental (+3,41%).
O Nasdaq, que renovou recorde nesta sessão, foi impulsionado por papéis como Amazon (+2,06%), Tesla (+3,83%), Facebook (+1,11%) e Alphabet (+1,90%).
Entre os indicadores dos EUA, as vendas de moradias usadas avançaram 2% em julho ante junho, contrariando a expectativa de queda dos analistas. O índice de atividade nacional do país, elaborado pelo Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano) de Chicago, também subiu acima do previsto.
Na contramão, o índice de gerentes de compras (PMI, na sigla em inglês) composto dos EUA caiu na preliminar de agosto ante o mês anterior, mínima em oito meses, segundo a IHS Markit.
Na semana, investidores aguardam o Simpósio de Jackson Hole, evento anual do Fed de Kansas, que acontece nesta sexta-feira. Nesta segunda, porta-voz da Casa Branca disse que Biden não tem cronograma para decidir sobre o próximo presidente do banco central.
Além disso, a trajetória dos preços segue no foco dos investidores. Em entrevista ao <i>Broadcast</i> (sistema de notícias em tempo real do Grupo Estado), o professor da Universidade de Chicago, ex-economista-chefe do Fundo Monetário Internacional (FMI) e ex-presidente do banco central da Índia, Raghuram Rajan, afirma que a inflação dos EUA ficará elevada por um período mais longo do que o previsto pelo Fed, por conta do mercado de trabalho já estar "bem apertado".