Estadão

EUA matam dois líderes do EI-K e Biden alerta para novos atentados

O ataque com drones na noite de sexta-feira (27) contra posições do Estado Islâmico-K no Afeganistão matou dois membros da cúpula do grupo que planejou o atentado contra o Aeroporto de Cabul. Após a retaliação, o Pentágono acelerou a retirada de tropas americanas da cidade e o presidente Joe Biden alertou para o risco de novos atentados até terça-feira, 31, último dia para os EUA deixarem o país.

O ataque ocorreu em Jalalabad, capital da província de Nangahar, na fronteira com o Paquistão. Moradores relataram ter ouvido explosões em um bairro da cidade. Segundo o Pentágono, os alvos eram "planejadores" do grupo, mas não estava claro o papel deles no atentado.

O ataque foi executado por um drone MQ-9 Reaper que decolou de uma base nos Emirados Árabes e atingiu um carro onde os dois militantes viajavam. Os alvos do ataque, segundo o Pentágono, planejavam novos ataques contra os Estados Unidos.

A três dias do prazo de 31 de agosto para a retirada do Afeganistão, o Exército americano começou a embarcar alguns de seus homens nos voos que estão deixando o Afeganistão. Ainda há 4 mil militares americanos em Cabul. Segundo o Pentágono, nos próximos dias, civis americanos e aliados afegãos continuarão podendo embarcar no aeroporto para deixar o país.

O Taleban disse no sábado (28) que prendeu dois membros do Estado Islâmico-K, mas se recusou a fornecer detalhes sobre se eles estavam envolvidos no atentado de quinta-feira. "Eles estão sendo investigados", disse o porta-voz do Taleban, Qari Muhammad Yousaf Ahmadi, ao The Washington Post.

O porta-voz do Taleban Zabihullah Mujahid disse que o grupo espera assumir o controle total do aeroporto de Cabul em breve, assim que as forças dos EUA partam, e anunciará um gabinete completo nos próximos dias.

Ele disse que funcionários já foram nomeados para administrar instituições importantes, incluindo os ministérios da Saúde Pública e da Educação e o Banco Central. Ele também disse esperar que a séria turbulência econômica que atingiu a moeda afegã diminua em breve.

<b>Novo atentado</b>

A Casa Branca afirma ter indícios de que o grupo planeja outros atentados suicidas. Os EUA e seus aliados têm poucos dias para concluir a retirada de civis e militares do país. Biden foi avisado nesta sexta-feira que deve esperar outro ataque letal nos últimos dias da operação.

Biden disse na tarde de sábado que a possibilidade de um novo ataque terrorista nos próximos dias é muito provável. O presidente também garantiu que a retaliação deste fim de semana não será a última contra o Estado Islâmico.

"Continuaremos caçando qualquer pessoa que estiver envolvida neste ataque cruel e a faremos pagar", declarou o presidente em comunicado. "Sempre que alguém buscar ferir os Estados Unidos ou nossas tropas, responderemos. Não há dúvidas quanto a isso."

Em meio ao temor de novos ataques, países europeus que fizeram parte da missão da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) no Afeganistão concluíram a retirada de civis e militares.

<b>Retirada</b>

O último voo para retirada de civis do Reino Unido deixou Cabul, disseram autoridades neste sábado. A embaixadora da Grã-Bretanha no Afeganistão, Laurie Bristow, disse que as forças britânicas ajudaram quase 15 mil pessoas a deixar o país nas últimas duas semanas.

"É hora de encerrar esta fase da operação agora", disse Bristow em um vídeo, "mas não esquecemos das pessoas que ainda precisam ir embora e continuaremos a fazer tudo o que pudermos para ajudá-las."

No início do dia, o general Nick Carter, chefe das Forças Armadas britânicas, lamentou que o transporte aéreo em massa não tenha conseguido resgatar centenas de afegãos que poderiam vir para o Reino Unido.

"Não conseguimos trazer todo mundo e isso foi de partir o coração", disse ele a um programa de rádio da <i>BBC</i>. "Houve alguns julgamentos muito desafiadores que tiveram que ser feitos." O secretário de Defesa britânico, Ben Wallace, que havia dito anteriormente que a operação do país terminaria na sexta-feira, estimou que há até 1.100 afegãos elegíveis que "não conseguiram" embarcar nos voos. (Com agências internacionais).

As informações são do jornal <b>O Estado de S. Paulo.</b>

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