O Índice de Gerentes de Compras (PMI, na sigla em inglês) composto do Brasil, que engloba os setores industrial e de serviços, caiu para 54,6 pontos em agosto, de 55,2 pontos em julho. Os dados são da IHS Markit. Apesar da queda, a leitura acima da marca de 50 mostra que a atividade segue em expansão, ainda que em ritmo mais contido.
De acordo com o relatório, o crescimento foi restringido "por um aumento mais lento no segmento de produção de bens". A queda foi puxada por uma desaceleração no setor industrial, parcialmente compensada por uma recuperação no segmento de serviços.
Sozinho, o PMI de serviços subiu para 55,1 em agosto, de 54,4 pontos em julho, maior avanço em nove anos e meio, destaca o relatório da IHS Markit. A melhora tem relação com uma percepção de melhora ligada à imunização da população brasileira contra o covid-19 e, consequentemente, a retomada dos negócios.
"A demanda por serviços brasileiros se fortaleceu em agosto em meio a relatos de maior acesso a vacinas, turismo melhorado e a retomada das operações normais em vários segmentos. A demanda de novos negócios aumentou pelo quarto mês consecutivo e a um ritmo mais rápido desde o início de 2020", aponta o documento. A demanda externa também aumentou, ainda que os pedidos de exportação tenham ocorrido em ritmo menos acentuado do que em julho.
A IHS Markit enfatiza que, com a retomada, as pressões inflacionárias de custos não mostraram sinais de redução, levando ao terceiro aumento mais acentuado na inflação da produção na história da pesquisa, com o aumento do preço dos insumos: "As empresas relataram ter pago mais por alimentos, combustível, equipamentos de proteção individual (EPIs), itens de higiene, transporte e serviços públicos". O aumento nos custos, relata a pesquisa, levou os fornecedores de serviços a repassar parte dos custos aos consumidores, levando a uma consequente inflação de produção. A recuperação de postos de trabalho aconteceu em ambos os setores, serviços e indústria, mas num ritmo mais suave.