O advogado e empresário Marcos Tolentino da Silva chegou ao Senado para prestar depoimento à Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Covid, informa o perfil oficial da Casa no Twitter. Após Tolentino não comparecer à sua primeira oitiva, o colegiado já estava munido de um mandato de condução coercitiva para obrigá-lo a depor.
Tolentino deveria ser ouvido pela comissão no começo de setembro. Na ocasião, informou que havia sido internado no Hospital Sírio-Libanês, em São Paulo, com "formigamento no corpo", e não compareceu.
"Depois de faltar à primeira data marcada para o seu depoimento e da possibilidade de condução coercitiva, Marcos Tolentino chegou ao Senado, onde será ouvido pela #CPIdaPandemia daqui a pouco", informa o perfil oficial do Senado.
O empresário é ligado ao deputado federal Ricardo Barros (PP-PR)e é apontado como sócio-oculto do Fib Bank, empresa que concedeu uma garantia financeira de R$ 80,7 milhões à Precisa Medicamentos no contrato da vacina indiana Covaxin.
Com os depoimentos desta semana, a CPI da Covid quer avançar na apuração de um suposto esquema de corrupção no Ministério da Saúde e avalia encaminhar o indiciamento do líder do governo na Câmara, Ricardo Barros.
"Descobrimos e ficará mais patente hoje, amanhã e quinta um esquema de corrupção sem precedente no Ministério da Saúde. Transformaram o Ministério da Saúde num balcão de negócios enquanto as pessoas estavam morrendo", afirmou o vice-presidente da CPI, Randolfe Rodrigues (Rede-AP), antes da reunião de hoje.
Para Randolfe, a CPI tem elementos para sugerir o indiciamento de Ricardo Barros. O líder do governo chegou a ser ouvido na comissão, mas o depoimento foi suspenso após o deputado atacar os integrantes do colegiado. O comando da CPI não considera ouvir Barros novamente. "O líder Ricardo Barros tem que ser indiciado, não tem que mais ser ouvido", disse Randolfe.