O Estado de São Paulo registrou alta nos casos de homicídio, estupro, roubos e furtos em agosto deste ano, na comparação com o mesmo mês do ano passado, de acordo com os dados oficiais divulgados nesta sexta-feira, 24, pela Secretaria da Segurança Pública (SSP). Como motivo principal, a pasta aponta que, após o ano de 2020 ter sido atípico com a quarentena, o aumento da circulação de pessoas tem resultado sobretudo no crescimento dos chamados "crimes de oportunidade", normalmente cometidos contra o patrimônio.
Ainda com destaque para crimes com esse perfil, houve aumento nos casos de homicídios dolosos e estupros, dois dos crimes mais violentos na listagem da secretaria. A quantidade de homicídios dolosos registrados em agosto deste ano foi de 225, o que representa crescimento de 5,63% ante o mesmo período do ano passado (213). Enquanto isso, com 216 casos relatados no Estado em agosto deste ano, o aumento no número de estupros foi de 8%. No mesmo mês, mas em 2020, foram registrados 200 casos.
Em termos proporcionais, roubos e furtos, que são dois dos principais crimes cometidos contra o patrimônio, tiveram aumento significativo em relação a agosto do ano passado. O número de registros de roubo em agosto deste ano, 19.363, cresceu 24,57% em comparação com o que foi notificado no mesmo período do ano passado, 15.544. Já o aumento na quantidade de furtos foi de 44,13%. Em agosto deste ano, foram registrados 41.678 casos, ante 28.917 notificações no mesmo período do ano passado.
"No ano passado, com a pandemia, muitos indicadores caíram muito porque o movimento nas ruas parou", explica o secretário executivo da Polícia Militar, coronel Álvaro Camilo. Ele considera o fim do isolamento social como a principal causa do aumento nos índices de alguns crimes quando comparados ao ano passado. Em agosto de 2020, o Estadão mostrou que os crimes violentos haviam caído em 99 dos 139 municípios (71,2%) com a pandemia, conforme notificado no Índice de Exposição à Criminalidade Violenta (IECV), elaborado pelo Instituto Sou da Paz com base nos registros de roubos, estupros e homicídios.
Segundo Camilo, com a alta observada sobretudo em ocorrências de roubo e furto, a Secretaria de Segurança Pública está fazendo uma série de ações para combater os crimes enquanto as atividades presenciais vão sendo retomadas. Há ações tomadas até em relação a crimes utilizando o Pix, o que, segundo o coronel, tem aumentado desde que a ferramenta foi lançada.
O Banco Central estabeleceu nesta quinta-feira, 23, que as medidas antifraude na prestação de serviços de pagamentos deverão ser implementadas até o dia 4 de outubro. Conforme o BC anunciou no fim de agosto, as instituições deverão limitar a no máximo R$ 1 mil a operações de serviços de pagamentos por causa de depósitos ou de pagamento pré-pago para o período das 20 horas às 6 horas da manhã do dia seguinte.
Questionado em relação a um recorte mais geral, que abarca 2019 e outros anos anteriores no tocante à segurança em geral, o coronel Camilo reforçou ainda que há uma tendência de queda na criminalidade no Estado de São Paulo.
Capital paulista também tem indicadores em alta
Na cidade de São Paulo, o número total de furtos também foi o que mais cresceu em relação ao mesmo período no ano passado. Foram 16.995 em agosto, ante a 11.974 no mesmo mês em 2020. Alta de 41,9%.
O total de roubos registrado no mês subiu 23,4%, indo de 8.926 para 11.015. Já o número de estupros foi de 191 para 200, alta de 4,7%. Enquanto isso, a quantidade de homicídios dolosos foi a única que, em contraposição aos quatro indicadores destacados no Estado, teve queda na capital. Foi de 50 em agosto de 2020 para 43 no mesmo mês deste ano, diminuição de 14%.