A queda dos juros dos Treasuries e do dólar no exterior em meio à alta dos índices futuros das Bolsas em Nova York direciona o mercado de câmbio local para baixo nos primeiros negócios desta sexta-feira, dia 1º. O dólar à vista testou mínimas na casa dos R$ 5,4089, espelhando ainda uma realização de lucros, induzida pelo exterior, após a moeda americana acumular ganhos nas últimas sete sessões e fechar setembro com valorização de 5,30%, a segunda maior desde janeiro (+5,51%).
Pesam também nos ajustes de baixa, segundo operadores de câmbio, a possibilidade do Banco Central reforçar ofertas de dólares, visando conter a pressão e volatilidade cambial a fim de amenizar o impacto na inflação, além da disposição da autoridade de levar a Selic até onde for possível para garantir o cumprimento das metas de inflação neste ano e em 2022, o que em tese favoreceria a atratividade do real perante investidores estrangeiros.
No entanto, a discussão de prolongar o auxilio emergencial com a PEC dos precatórios apoia cautela com o rumo da dívida pública, limitando a queda do dólar e dos juros no mercado interno. O trader Luis Laudísio dos Santos, da Renascença DTVM, diz que a atuação do Banco Central ontem, com venda de US$ 500 milhões (10 mil contratos) de swap cambial no mercado futuro, após muito tempo, tentou suavizar a correção do dólar com um lote ainda pequeno, mas já sinalizando que pode atuar com mais frequência caso a moeda brasileira volte a estressar.
Vimos ontem os Fundos liderando o movimento e aumentarem posições vendidas em 70.145 contratos com bancos e estrangeiros na contraparte com 43.515 e 28.900 contratos respectivamente, comenta Santos em relatório distribuído nesta manhã. Grande movimentação se deveu ontem, principalmente, ao vencimento do contrato cambial de outubro de 2021, afirma. Hoje, segundo ele, vemos as moedas em geral se valorizando frente ao dólar, mesmo que de forma mais tímida. E o mercado deve continuar monitorando o presidente do BC, Roberto campos Neto, em evento aberto a partir das 11h.
Às 9h30, o dólar à vista caía 0,45%, a R$ 5,4224. O dólar para novembro cedia 0,40%, a R$ 5,4475.