A comissária da União Europeia para Serviços Financeiros, Mairead McGuinness, afirmou nesta quinta-feira (7) que a crise energética na Europa deixa evidente a necessidade de aumentar os investimentos em produção de energia renovável. "Temos de acelerar esforços em direção ao uso de energias renováveis. Se formos menos dependentes de gás natural e petróleo, seremos mais sustentáveis e cumpriremos nossas metas climáticas", afirmou a autoridade europeia durante a Cúpula da UE sobre Investimento Sustentável, realizada hoje.
Segundo McGuinness, o aumento dos preços de energia é resultado de vários fatores relacionados à oferta e à demanda. Ela disse também que é necessário fornecer suporte para a população pobre, mais vulnerável à alta no custo da eletricidade.
No entanto, a comissária defendeu que a UE precisa, ao mesmo tempo, manter o foco em suas metas climáticas.
<b>Transição energética</b>
O Comissário da Economia da União Europeia Paolo Gentiloni afirmou que é preciso haver um esforço do bloco para facilitar investimentos em transição energética. Durante o evento, ele pediu que os países do bloco não repitam o que se viu após a crise financeira de 2009, quando segundo a autoridade o investimento público chegou a cair a zero.
Gentiloni destacou um esforço da UE para apoiar esses projetos. Além disso, disse que o bloco produzirá estatísticas que podem ajudar na frente da transição verde.
<b>Comércio sustentável</b>
Vice-presidente da Comissão Europeia e comissário da União Europeia para o Comércio, Valdis Dombrovskis se comprometeu a criar uma "coalizão" entre ministros do Comércio de países parceiros do bloco que queiram tomar medidas para promover o comércio de bens e serviços sustentáveis, durante discurso em evento sobre investimentos sustentáveis.
O comissário anunciou que irá chamar as autoridades para uma reunião sobre o assunto no ano que vem, para promover de forma abrangente o "comércio e a sustentabilidade como forma de nos ajudar a alcançar nossos objetivos ambientais e climáticos".
Dombrovskis ainda afirmou que buscará junto aos parceiros europeus do Grupo dos 20 (G-20) "compromissos" em direção à neutralidade climática em sistemas sustentáveis de alimentos. "Uma transição da escala que imaginamos também terá um grande impacto social para as próximas gerações. Portanto, deve ser justa e inclusiva, não deixando nenhuma região ou grupos vulneráveis para trás", declarou.
Segundo ele, para atingir os objetivos de reduzir em 55% as emissões de carbono até 2030, a UE precisará investir anualmente cerca de 355 bilhões de euros na próxima década, além de mais 130 bilhões de euros para realizar outras metas ambientais. Esses recursos estão contidos no Plano de Investimento Sustentável da Europa, que além de garantir ao menos 1 trilhão de euros, eleva de 20% a 30% a quantia para "gastos climáticos" do orçamento da UE, disse Dombrovskis.
<b>FMI</b>
A diretora-geral do Fundo Monetário Internacional (FMI), Kristalina Georgieva, destacou que "muitas economias foram deixadas para trás", nesta retomada global, com menor disponibilidade de vacinas contra a covid-19, menos dinheiro para aplicar políticas de apoio e menos meios de lidar com o novo quadro global. Nesse contexto, ela elogiou o esforço da União Europeia para caminhar rumo a uma neutralidade climática, ao dizer que é preciso haver medidas para tornar as economias pelo mundo mais resistentes a choques.
Georgieva elogiou o esforço da UE para destinar 1 trilhão de euros para tecnologias verdes. Segundo ela, esse montante deve ser importante para o mundo avançar nessa frente ao longo da próxima década. Em sua fala, Georgieva também alertou que a janela para se evitar um aumento excessivo da temperatura da terra "está se fechando rápido", por isso a importância de ações nessa frente.