O presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, reforçou que o BC não mudou a maneira de agir no câmbio. Campos Neto destacou que o câmbio é flutuante e que o que importa para o BC é como afeta a inflação e as expectativas de inflação. "BC só intervém quando o mercado está disfuncional."
O presidente do BC disse ainda que as intervenções nunca são feitas "no curto prazo ou em tempo real", apenas em casos de necessidade, e que as operações são divididas em vários dias.
Campos Neto também voltou a mencionar questões técnicas, como a demanda de US$ 17,4 bilhões este ano em função do overhedge dos bancos. Além disso, disse que, sempre que há incertezas sobre as soluções fiscais, o mercado "precifica de acordo".
<b>Endividamento</b>
O presidente do Banco Central afirmou que o aumento do endividamento pode explicar o descolamento da taxa de câmbio em relação ao aumento das exportações no Brasil e outros exportadores de commodities em meio à pandemia de covid-19.
"Não foi só no Brasil. É um tema que precisa de estudo. Isso pode estar relacionado ao alto nível de endividamento. Explica um pouco o choque nos produtores de commodities", destacou, em evento online organizado pelo Goldman Sachs nesta sexta-feira, 15.