O balanço financeiro do Corinthians, que registra as receitas e os gastos da instituição do começo do ano até agosto, mostrou que o clube teve superávit de R$ 1,8 milhão nos primeiros oito meses do ano. O resultado positivo refletiu na tímida diminuição da dívida de R$ 977,4 milhões para R$ 975,1 milhões, e não contabilizam ainda as contratações de Willian e Roger Guedes, bem como o retorno da torcidas às arquibancadas da Neo Química Arena.
De acordo com o balanço, a principal fonte de receita corintiana até o momento no ano foi a venda dos direitos de transmissão, responsável pela entrada de R$ 174,8 milhões aos cofres do clube. Em seguida, estão os contratos de patrocínios e publicidade, que fizeram o Corinthians arrecadar R$ 69,2 milhões até agora. Dois fatores que contribuíram para o resultado positivo das contas até o momento.
O outro, certamente, é a saída de 15 atletas e a consequente diminuição da folha salarial do elenco. No entanto, o custo com contratações aparece zerado no balancete, e as chegadas de William e Roger Guedes ainda não entraram na lista de gastos do ano.
Por conta de dívidas passadas, o clube tem sofrido bloqueios judiciais e também com as consequências da pandemia, que enxugou fontes de receitas importante, como a renda de jogos com torcida.
Além disso, o clube também não arrecadou com a venda de jogadores como esperava. Em transferências, o Corinthians recebeu apenas R$ 13 milhões, pouco mais de 13% dos R$ 95 milhões que foram orçados. Como consequência dessa falta de receita, o clube lida com impostos atrasados e dificuldades de pagar os funcionários, que não recebem o Fundo de Garantia de Tempo de Serviço (FGTS) há dois anos.
A dívida não inclui o financiamento da Neo Química Arena. Em acordo firmado com a Caixa Econômica Federal, o Corinthians deve fazer o pagamento de R$ 569 milhões até 2040. Porém, deste valor total, R$ 300 milhões vão ser descontados quando o clube receber pela venda do nome do estádio.
O presidente Duílio Monteiro Alves diz ter como prioridade em seu primeiro ano como gestor do Corinthians o saneamento da dívida do clube, que continua próxima de R$ 1 bilhão de reais. Para alcançar seu objetivo, Monteiro contratou a KPMG, empresa que auxilia o clube na renegociação de dívidas.