A tensão fiscal do País e o exterior negativo, com dólar e juros dos Treasuries em alta e bolsas em baixa, apoiam fortes ganhos do dólar ante o real nos primeiros negócios desta quinta-feira. Na renda fixa, o Tesouro até já antecipou a divulgação de lotes pequenos para o leilão de títulos prefixados de hoje, que costuma ser feita às 10h30, ajudando a aliviar um pouco a pressão na curva de juros. No câmbio, há expectativas também sobre nova intervenção do Banco Central, com injeção de liquidez "extra", que poderia amenizar também a volatilidade, e porque o real opera bem mais desvalorizado ante o dólar no exterior do que seus pares emergentes e ligados a commodities.
Os ajustes cambiais precificam os sinais de que o governo federal está disposto a furar o teto de gastos para elevar o valor do Auxílio Brasil a R$ 400, possibilidade admitida ontem pelo ministro da Economia, Paulo Guedes, que colocou o poder de decisão nas mãos da ala política. O mercado monitora Guedes em evento hoje, às 19h.
Conforme apurou o <i>Broadcast</i>, sistema de notícias em tempo real do Grupo Estado, o novo arranjo de benefícios do Auxílio Brasil deve ter um custo extra de R$ 51,1 bilhões em 2022, dos quais pelo menos R$ 30 bilhões extrateto já teria o aval do ministro da Economia, Paulo Guedes.
Às 9h17 desta quinta, o dólar à vista subia 1,67%, a R$ 5,6530. O dólar para novembro ganhava 1,07%, a R$ 5,6675.