Estadão

COB mantém testes de covid-19 em acordo com a Fiocruz e o Ministério da Saúde

O Brasil voltou dos Jogos de Tóquio-2020 com 21 medalhas e a melhor campanha de sua história olímpica. Mas uma outra conquista fora do campo de jogo também foi motivo de comemoração para o país. A delegação nacional, composta por cerca de 700 integrantes, sendo 317 atletas, não registrou nenhum caso positivo de covid-19 no Japão. O resultado foi fruto de um rígido protocolo de saúde estabelecido pelo Comitê Olímpico do Brasil (COB) antes e durante a viagem ao Japão.

Uma das principais ações preventivas foi realizada graças a um acordo de cooperação entre a entidade, o Ministério da Saúde e a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), que possibilitou a testagem de atletas e profissionais envolvidos na preparação para a competição. O acordo entre as três partes se estenderá até 2022 e prevê mais de 14 mil testes de antígenos, cerca de 6.300 RT-PCR, além de quase 1.200 exames sorológicos.

Ainda em 2021, até o fim de outubro, a previsão é de que cerca de 1.400 testes sejam realizados em profissionais de 15 diferentes modalidades, uma média de 100 testes por semana.

"A parceria do COB com a Fiocruz e o Ministério da Saúde foi fundamental para alcançarmos os resultados em Tóquio, mas temos que seguir atentos. O esporte não para, nossos atletas já se preparam para as próximas competições, por isso seguimos trabalhando para oferecer toda proteção e as melhores condições a todos", declarou Jorge Bichara, diretor de Esportes do COB.

"O Brasil não levou o vírus para o Japão, não teve casos positivos durante os Jogos e não perdeu atletas por contato próximo. São medalhas invisíveis que conquistamos em Tóquio e que só foram possíveis em virtude de um trabalho de muito comprometimento e seriedade com o momento que vivemos", completou o dirigente.

Para alcançar o resultado de zero casos positivos, o COB colocou especial atenção aos protocolos de saúde para a delegação que representou o país nos Jogos Olímpicos, como o controle restrito de entrada ao Centro de Treinamento Time Brasil, no Rio de Janeiro, priorizando somente esportistas classificados ou com chances de ir a Tóquio. Desde março foram realizados, na sede da Fiocruz, também no Rio, mais de 2.800 exames RT-PCR em atletas, treinadores e demais profissionais envolvidos na preparação para os Jogos Olímpicos de Tóquio-2020.

Antes do embarque para o Japão, todos os integrantes da delegação brasileira passaram por cinco testes para a detecção da covid-19, o dobro solicitado pelos organizadores do evento. Além disso, 96% deles tomaram ao menos a primeira dose da vacina. O COB também levou 68 mil máscaras descartáveis, 2.400 máscaras N95, 2.400 máscaras Time Brasil e 70 óculos de proteção.

Graças ao acordo com a Fiocruz e o Ministério da Saúde, testes rápidos de antígeno foram enviados ao Japão para a detecção do vírus e continuarão sendo utilizados na preparação dos atletas para futuras competições.

"Em um período de pandemia, sabemos da importância de se testar com frequência, além de outros protocolos de prevenção. Desde o início da pandemia, começamos uma parceria com a Fiocruz e o Ministério da Saúde com a ideia de testar semanalmente nossos atletas, treinadores e outros profissionais para podermos protegê-los e evitar a entrada do vírus no Centro de Treinamento do COB. Estas testagens têm nos ajudado muito no controle, associado à vigilância ativa dos sintomas dos nossos atletas e outros profissionais. Nesse momento difícil, uma das poucas evidências que temos é a testagem, então só temos a agradecer à Fiocruz e ao Ministério da Saúde por esse trabalho em conjunto e toda a parceria", afirmou a coordenadora-médica do COB, Ana Carolina Côrte.

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