O Parlamento da Polônia aprovou na sexta-feira, 29, a construção acelerada de uma barreira na fronteira com Belarus, na tentativa de conter o fluxo crescente de migrantes que tentam entrar na União Europeia pelo país. O plano proposto – que inclui a construção de um muro com sensores de movimento e está avaliado em US$ 402 milhões (R$ 2,26 bilhões) – precisa da aprovação do presidente Andrzej Duda, um aliado dos governistas.
A Polônia e outros países da União Europeia acusam o regime belarusso, liderado pelo presidente Alexander Lukashenko, de encorajar e ajudar imigrantes do Oriente Médio e da África a buscarem entrar no bloco europeu através de suas fronteiras. A travessia, contudo, nem sempre tem sucesso.
Alguns migrantes, principalmente do Iraque e da Síria, morreram de exaustão no trajeto – em uma fronteira que se estende por 400 quilômetros através de florestas, pântanos e ao longo do rio Bug.
Um relatório recente aponta que o governo de Minsk está tentando desestabilizar todo o bloco em retaliação às sanções ocidentais. A Polônia construiu uma cerca de arame farpado na fronteira e enviou milhares de guardas, soldados e policiais, mas as medidas não conseguiram impedir o fluxo de migrantes.
Guardas de fronteira também têm empurrado os migrantes de volta, incluindo algumas famílias com crianças – abordagem permitida por uma nova lei polonesa.
A Polônia também está em negociações com a agência de fronteiras da União Europeia Frontex sobre os planos de levar os migrantes de volta aos seus países de origem. Os migrantes que entram em qualquer país da UE podem pedir proteção internacional ou asilo que abranja toda a UE, mas na maioria dos casos os pedidos são negados.