Classificados à final da Copa Libertadores há pouco mais de uma semana, Santos e Palmeiras têm adotado estratégias diferentes na utilização dos elencos nos compromissos de cada um no Campeonato Brasileiro antes do encontro em 30 de janeiro, no Maracanã. Enquanto Cuca vem sendo cuidadoso na escalação da sua equipe, nem levando muitos titulares na viagem para o confronto com o Fortaleza, por exemplo, Abel Ferreira repete o discurso da "máxima força", mas com "gestão de energia".
A maratona do Palmeiras até a decisão, porém, é maior. São cinco jogos: empatou por 1 a 1 com o Grêmio, na última sexta-feira, goleou o Corinthians por 4 a 0, na segunda, e perdeu para o Flamengo por 2 a 0, nesta quinta. Ainda vai visitar o Ceará no domingo e receber o Vasco na próxima terça.
Weverton, Luan, Viña, Raphael Veiga e Zé Rafael, todos com status de peças importantes, foram titulares nos três jogos do Palmeiras, além de Willian, que vem reconquistando seu espaço. E Abel Ferreira tem deixado claro que dar descanso aos seus principais atletas não é uma prioridade, mesmo às vésperas da decisão da Libertadores e com o time também garantido na final da Copa do Brasil.
"Tem sido um trabalho tremendo de gerir não só o resultado, mas também o tempo de jogo dos atletas. Vocês sabem que temos vários lesionados, fruto da intensidade e dos jogos constantes que temos. Isso me obriga a pensar no tempo de jogo e nas substituições. Não há outra forma, com um plantel tão reduzido, de ter os jogadores frescos para nos dar resposta máxima a cada jogo", disse, após a derrota por 2 a 0 para o Flamengo, quinta-feira, no Mané Garrincha.
Um dos titulares ganhará um descanso forçado no próximo compromisso do Palmeiras. Suspenso pelo terceiro cartão amarelo, Raphael Veiga não poderá ser aproveitado diante do Ceará, no Castelão.
E Abel também tem aproveitado as cinco substituições para poupar jogadores. Foi assim nos 4 a 0 sobre o Corinthians, mas também na derrota para o Flamengo. Viña, Raphael Veiga, Luiz Adriano, Willian e Danilo foram sacados durante o segundo tempo.
Assim, o Palmeiras pode até não ter força máxima contra Ceará e Vasco. Mas as formações deverão ser parecidas com a que será escalada no Maracanã. "Vamos fazer o que sempre fizemos. Gestão de energia, jogar na máxima força em todos os jogos. Essa tem sido a nossa filosofia", disse.
No Santos, a maratona é menor, inclusive no somatório da temporada, pois enquanto o Palmeiras foi campeão paulista, o time caiu nas quartas de final do Estadual. E acabou sendo eliminado nas oitavas de final da Copa do Brasil. Mas os cuidados – e os problemas – vêm sendo maiores para Cuca.
Após passar pelo Boca Juniors, o Santos venceu o Botafogo por 2 a 1, no domingo, perdeu para o Fortaleza, na quinta, por 2 a 0. Ainda vai encarar o Goiás, no próximo domingo, na Vila Belmiro, e visitará o Atlético-MG na terça-feira.
Nesses dois compromissos, Cuca só repetiu quatro nomes nas formações iniciais: os titulares Felipe Jonatan e Lucas Braga, além de Sandry, principal candidato a formar a dupla de volantes com Diego Pituca na decisão no Maracanã, e o zagueiro reserva Laércio, pois Luan Peres e Lucas Veríssimo se recuperam de lesões.
O Santos, aliás, tem convivido nos últimos dias com baixas importantes, como as de Alison, que está com coronavírus, e Jobson, que sofreu grave lesão no joelho. São, assim, motivos para Cuca não se arriscar a perder peças importantes.
Na derrota para o Fortaleza, o time foi composto basicamente por reservas e jovens formados nas divisões de base do clube. E Cuca nem se importou tanto com a derrota no Castelão. Avaliou que dar rodagem a esses atletas pode render frutos no futuro próximo para o Santos.
"Tínhamos um grupo de 21 jogadores com 16 formados na base. Média de idade de 22 anos. Apesar da derrota, o grupo foi trabalhado para o futuro. É um plantio para vir a colheita mais tarde. Por esse motivo, saímos felizes mesmo com a derrota", acrescentou.
Cuca também explicou como tem mesclado a necessidade de colocar em campo um time minimamente competitivo ainda que correndo risco de lesões. "Se eu tiro o Lucas Braga e o Felipe Jonatan, tenho mais dificuldade ainda. O Palha, meu lateral, está voltando da covid, não está em condição de jogo. Temos um elenco enxuto, então tenho medido bem, falado com os jogadores sobre como estão se sentindo. A gente tem que ir mesclando, de repente não jogam a próxima, vamos ver", disse.
A tendência é que o Santos entre em campo com força máxima no domingo, quando receberá o Goiás, na Vila Belmiro, pelo Brasileirão. Na terça-feira, visitará o Atlético-MG, no Mineirão, provavelmente só com os reservas. Será o último compromisso do duelo em que o clube buscará vencer a Libertadores pela quarta vez.