O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, ampliou a pressão para que o Congresso do país aprove seu pacote fiscal de US$ 1,9 trilhão voltado ao combate à crise econômica. "Sem o pacote, haverá uma onda de despejos e execuções hipotecárias nos próximos meses. O atuais cheques de US$ 600 simplesmente não são suficientes", declarou o líder da Casa Branca nesta sexta-feira, 22. Ele disse já ter apoio de governadores democratas e republicamos para o aval à pauta.
De acordo com Biden, o pacote, se aprovado, vai tirar 12 milhões de norte-americanos da pobreza e criar 7,5 milhões de empregos apenas neste ano.
O democrata atribuiu as previsões à agência de classificação de risco Moodys. "Não vamos deixar as pessoas passarem fome ou perder o emprego. Vamos agir", clamou, em coletiva de imprensa. "Ninguém deveria trabalhar 40 horas por semana ganhando abaixo da linha da pobreza".
Biden citou dados de auxílio-desemprego informados na quinta-feira, 21, para dimensionar a crise econômica. Segundo o Departamento do Trabalho dos Estados Unidos, 900 mil pessoas requisitam o benefício no país.
Em seguida, o presidente norte-americano assinou decretos anunciados mais cedo pelo novo diretor do Conselho Econômico da Casa Branca, Brian Deese, para ajudar no combate à pobreza.
O governo elevou em 15% os benefícios de programa de assistência na compra de alimentos e aumentou o salário mínimo de servidores federais, também em um gesto de pressão sobre o Parlamento, que ainda precisa discutir – e votar – o pacote fiscal de US$ 1,9 trilhão.
Para além de discordâncias sobre o destino das verbas, alguns parlamentares, inclusive da base do governo, mostram desconforto com o pacote de Biden pelo seu impacto sobre a dívida pública americana.
Como mostrou o Broadcast (sistema de notícias em tempo real do Grupo Estado) em reportagem especial, a relação dívida/PIB já supera os 130% nos EUA e, se mantiver trajetória ascendente, poder gerar dificuldades no financiamento público.
Na coletiva de imprensa da tarde desta sexta, Biden minimizou a questão. "Precisamos agir agora, a dívida pública vai se estabilizar no futuro", declarou. "Se agirmos agora, nossa economia ficará mais forte no curto e no longo prazo. É o que dizem economistas de esquerda, direita e centro", acrescentou.