Os empréstimos com garantia do Fundo Garantidor de Investimentos (FGI), fundo de aval operado pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), atingiram R$ 30,6 bilhões em contratações, no âmbito do Programa Emergencial de Acesso ao Crédito (Peac), informou nesta segunda-feira, 31, a instituição de fomento. O Peac turbinou o FGI com aportes bilionários do Tesouro Nacional. Na semana passada, o fundo recebeu o segundo aporte de R$ 5 bilhões, como revelou o Broadcast (sistema de notícias em tempo real do Grupo Estado) na quinta-feira, 27.
No total, o FGI poderá receber até R$ 20 bilhões até o fim do ano. Os aportes são em parcelas de R$ 5 bilhões em R$ 5 bilhões, feitos automaticamente conforme a demanda. Pelas regras de alavancagem do fundo de aval, é possível garantir em torno de R$ 100 bilhões em empréstimos caso os aportes cheguem ao valor máximo.
Criado no fim de maio, como resposta às críticas de que as medidas de flexibilização do crédito para mitigar a crise causada pela covid-19 não estariam chegando na ponta, o Peac começou a operar em 30 de junho, mas as contratações de empréstimos ganharam ritmo acelerado após a taxa cobrada para utilização da garantia do FGI – o chamado Encargo por Concessão de Garantia (ECG), que variava de 3,5% e 5,0% sobre o valor de cada operação – ser reduzido a zero. A alteração foi feita na tramitação do projeto que converteu em lei a Medida Provisória (MP) que criou o programa, sancionado na semana retrasada.
Segundo o BNDES, 35 mil empresas tomaram empréstimos com garantia do FGI. O banco de fomento concede os avais para as empresas elegíveis que recorrem a empréstimos com instituições financeiras que tenham aderido ao Peac. Todos os bancos do sistema financeiro estão aptos a aderir – atualmente, 40 agentes financeiros já estão habilitados a oferecer os empréstimos.
Os financiamentos podem ser de R$ 5 mil até R$ 10 milhões. Podem recorrer ao Peac empresas, associações, fundações privadas e cooperativas que faturaram entre R$ 360 mil e R$ 300 milhões em 2019.
Com o avanço acelerado do Peac, o BNDES já movimentou R$ 61,7 bilhões na economia para auxiliar as empresas brasileiras a superar os efeitos da pandemia de covid-19, informou o banco nesta segunda-feira, 31. O valor total inclui R$ 12,4 bilhões em suspensões de pagamentos de dívidas vigentes, beneficiando mais de 28,5 mil médias, pequenas e microempresas (MPMEs) e 492 grandes companhias.
Além desse valor total, outros R$ 20 bilhões foram repassados do Fundo PIS-PASEP, administrado pelo BNDES, para o FGTS, "permitindo que pessoas físicas façam saques emergenciais e destinem parte desses recursos ao consumo, o que também ajudará a economia a se reerguer e dará fôlego aos pequenos negócios", diz uma nota divulgada nesta segunda-feira pelo BNDES.