A Indomada lançou mistério do Cadeirudo e ignorou morte de Diana em 1997

A novela A Indomada, exibida originalmente pela Globo entre 17 de fevereiro e 10 de outubro de 1997, está de volta nesta segunda-feira, 31, no serviço de streaming Globoplay.

A trama se passa na fictícia cidade de Greenville, em Pernambuco. Durante a exibição da novela, em 31 de agosto de 1997, houve o acidente que resultou na morte da Princesa Diana.

Como a cidade de A Indomada teria sido colonizada por ingleses, cogitou-se incluir uma cena com o prefeito Ypiranga (Paulo Betti) prestando uma homenagem a ela, mas logo Aguinaldo Silva desistiu da ideia.

"As gravações estão adiantadas e não daria tempo de incluir algo sobre o assunto. Infelizmente, Greenville será a única cidade do mundo que não vai chorar a morte da princesa", explicava.

A novela também trouxe cenas bizarras: em um capítulo, o delegado Motinha (José de Abreu) cai em um buraco e acaba parando no Japão. Em outro, a empregada Florência (Neusa Borges) levanta de seu próprio caixão durante um velório.

<b>Quem era o Cadeirudo de A Indomada</b>

Como é tradição em novelas, A Indomada também trouxe seu mistério, a identidade do Cadeirudo, personagem que não revelava seu rosto e atacava as mulheres de Greenville em noites de lua cheia.

Inicialmente, seriam cinco suspeitos, mas se tornaram oito: Egydio (Licurgo Spinola), Vieira (Catarina Abdala), Richard (Flávio Galvão), padre José (Pedro Paulo Rangel), Lourdes Maria (Sônia de Paula), Berbela (Daniela Faria), Beraldo (Rodrigo Faro) e Elaine (Cristina Galvão).

"Nós aumentamos os suspeitos para fazer uma escolha melhor, até para Portugal", explicava o autor Aguinaldo Silva, em referência ao fato de A Indomada ser transmitido para o país europeu com cerca de um mês de atraso em relação ao Brasil, à época. A ideia era que o Cadeirudo português não fosse o mesmo da versão brasileira.

Na reta final da novela, o personagem foi descoberto e parecia ser Pitágoras (Ary Fontoura). Porém, estava usando uma máscara, e, na verdade, era Lourdes Maria (Sônia de Paula), que ameaçava atacar as mulheres apenas para assustá-las.

A juíza Mirandinha a sentenciou a passar por tratamento psiquiátrico, já que não poderia condená-la por crimes. "Nunca tocou em ninguém. Se as próprias vítimas são as primeiras a declarar que apenas se assustaram com a sua presença. Eu já dei uma olhada em meus códigos e concluí: não houve infração que justifique a detenção da criatura. Portanto, nós vamos ter que soltar o Cadeirudo", afirmava a personagem na derradeira cena.

<b>Ausência de críticas sociais em A Indomada</b>

Antes da estreia de A Indomada, em 5 de fevereiro de 1997, Aguinaldo Silva explicou ao <b>Estadão</b> o motivo de suas novelas não trazerem críticas sociais explícitas, como sua antecessora, O Rei do Gado.

"Novela não pode correr o risco de transformar-se em programa jornalístico. As pessoas hoje ligam a TV para ver novela e parece que estão assistindo ao Globo Repórter. Novela é folhetim, não realidade, e deve ser escrita como folhetim", defendia.

"É preciso que se pense que boa parcela do público do horário chega em casa cansado do trabalho e procura algo na TV para relaxar e não para saber dos problemas do País", disse.

<b>Elenco de A Indomada</b>

Adriana Esteves (Helena/ Eulália), Zé Leandro (Carlos Alberto Riccelli), Cláudio Marzo (Pedro Afonso), Leandra Leal (Lúcia Helena), Eva Wilma (Altiva), José Mayer (Teobaldo), Ary Fontoura (Pitágoras), Renata Sorrah (Zenilda) e Flávio Galvão (Richard), Betty Faria (Mirandinha), José de Abreu (Motinha), Luiza Thomé (Scarlet) e Neusa Borges (Florência).

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