Estadão

Confiança da construção sobe em dezembro ao maior nível desde janeiro de 2014

O Índice de Confiança da Construção (ICST) avançou 1,4 ponto em dezembro, para 96,7 pontos, informou nesta quinta-feira, 23, a Fundação Getulio Vargas (FGV). É o maior nível do indicador desde os 97,8 pontos observados em janeiro de 2014.

O aumento do ICST em dezembro foi puxado pela alta de 2,1 pontos do Índice de Expectativas (IE-CST), a 100,8 pontos, no maior nível desde agosto (100,9). O Índice de Situação Atual (ISA-CST) subiu 0,8 ponto, para 92,8, alcançando a marca mais elevada desde agosto de 2014 (93,0).

O Nível de Utilização da Capacidade Instalada (NUCI) da construção, em contrapartida, caiu 0,9 ponto porcentual entre novembro e dezembro, para 76,4%. A contração foi puxada pelo NUCI de mão de obra (-1,1 ponto, a 77,5%), enquanto o subíndice de máquinas e equipamentos caiu 0,3 ponto, para 69,8%.

"No último mês de 2021, a situação corrente dos negócios alcançou uma posição melhor do que antes da pandemia, embora ainda permaneça em posição que representa uma percepção de pessimismo moderado", diz a coordenadora de Projetos da Construção da FGV, Ana Maria Castelo, em nota.

Nas aberturas, o aumento do ISA-CST foi puxado pela alta de 1,4 ponto do indicador de carteira de contratos, a 93,8 pontos. O indicador de situação atual dos negócios ficou praticamente estável, com alta de 0,2 ponto, para 92,0 pontos.

A elevação do IE-CST foi sustentada pela melhora do indicador de demanda prevista, com expansão de 2,2 pontos, a 103,0 ponto. O indicador de tendência dos negócios também teve aumento, de 2,0 pontos, para 98,5 pontos.

"No que diz respeito às expectativas, o indicador recuperou a percepção de neutralidade, mas se mantém abaixo nível alcançado em dezembro de 2019. Nota-se que os empresários se mantêm cautelosos em relação às perspectivas para os negócios nos próximos meses. É um sentimento que decorre da própria piora da conjuntura e de sua repercussão sobre variáveis chaves para o setor", diz a pesquisadora.

<b>Fatores limitativos</b>

A FGV nota que o principal fator limitativo observado pelas empresas em 2021 foi o preço de matérias-primas. Em 2019, esse fator havia sido a demanda insuficiente, enquanto, em 2020, os impactos da covid-19 ganharam destaque.

"Com a desaceleração dos aumentos dos preços dos insumos industriais, esse quadro não deverá se repetir em 2022, mas a piora da conjuntura pode aumentar a limitação representada pela demanda novamente", nota Castelo.

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