Gilberto Kassab, presidente nacional do PSD e ex-prefeito de São Paulo, afirmou não ver "a menor chance" da sua sigla apoiar o ex-governador Geraldo Alckmin (sem partido) como vice na chapa do ex-presidente da República Luiz Inácio Lula da Silva (PT). "Nós não vamos deixar uma pessoa do gabarito de Geraldo Alckmin se filiar sonhando com algo que possa não acontecer. Ele é muito qualificado, mas não vejo a menor chance dele ser vice do Lula pelo PSD", disse Kassab em entrevista ao Correio Braziliense. Desde que se desfiliou do PSDB, após 33 anos no partido, Alckmin negocia sua filiação com foco nas eleições de 2022.
Ao analisar a possível chapa Lula-Alckmin, o presidente do PSD se posicionou contra as coligações nas eleições majoritárias. "Eu sou contra a coligação nas eleições. Trabalhei para que a gente acabasse com as coligações nas eleições proporcionais. E se a gente tivesse acabado com as coligações nas eleições majoritárias, a gente não estaria vivendo esse processo. Nós estaríamos discutindo propostas de governo, compromisso com a nação", disse.
Para Kassab, o foco das discussões agora deveria ser o aumento do distanciamento social causado pela pandemia. "É isso que a gente precisava ficar discutindo, não discutindo se vão apoiar fulano ou sicrano. Não é isso que o brasileiro quer saber, ele quer saber quando nós vamos melhorar o Brasil", complementou.
Tanto o partido quanto Kassab esperam a confirmação do presidente do Senado Federal, Rodrigo Pacheco (PSD), sobre sua candidatura à Presidência da República pelo partido.
Na última pesquisa Ipespe, divulgada em 14 de janeiro, Pacheco aparece com 1% das intenções de voto, ao lado de Simone Tebet (MDB) e Luiz Felipe d Ávila (Novo), com as mesmas porcentagens. A pesquisa aponta Lula com 44%, seguido por Jair Bolsonaro (24%), Sérgio Moro (9%), Ciro Gomes (7%) e João Doria (2%). A margem de erro é de 3,2 pontos porcentuais para mais ou para menos.
Kassab diz não ver o resultado da pesquisa como um problema. "Na minha campanha para eleição para prefeito de São Paulo, no mês de junho, eu tinha 3%, e eu ganhei as eleições do Geraldo Alckmin e da Marta Suplicy. Hoje, com os meios de comunicação ágeis, com as redes sociais, nós conseguimos mandar uma mensagem,uma proposta a todo o Brasil em um espaço muito curto de tempo", disse.
<b>Futuro</b>
Para a próxima legislatura, o presidente do PSD afirmou que será contrário à permanência das emendas do relator, que deram origem ao esquema Orçamento Secreto, divulgado pelo jornal O Estado de S. Paulo.
"Como é que pode você, como brasileiro, aceitar que o Congresso invista, gaste, mais de R$ 16 bilhões, no tal do orçamento secreto, que não tem nenhuma vinculação com o planejamento, o desenvolvimento do país? Alguma coisa está errada", disse ele.
Além do orçamento secreto, o presidente do PSD afirmou que trabalhará pelo fim da coligação majoritária.