Estadão

Há deslocamento de demanda por bens, com inflação persistente, diz Campos Neto

O presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, voltou a avaliar nesta quinta-feira que o deslocamento da demanda de serviços para bens continua a ser percebida na economia brasileira, com pressões no consumo de energia, o que torna a inflação mais persistente. "Nos Estados Unidos, diferença entre demanda de bens e serviços têm caído, mas ainda está muito distante dos níveis pré-pandemia", comparou, em participação na Conferência Anual Latino-Americana do Santander.

Mais uma vez, ele alertou que os debates de transição para economia verde estão levando em consideração efeito em preços na exploração de matérias-primas necessárias para a fabricação de componentes usados em carros elétricos, por exemplo.

Além disso, Campos Neto repetiu que os investimentos na ampliação da produção de energia limpa não têm conseguido acompanhar a demanda.

<b>Ômicron</b>

O presidente do Banco Central disse também que, apesar da nova onda de contaminações de covid-19 com a variante Ômicron, o numero de hospitalizações não tem crescido tanto. O próprio chefe da autoridade monetária testou positivo para o vírus no começo deste ano.

"É claro que ainda temos um problema, com pessoas não vacinadas sendo internadas. Mas em termos de mobilidade, não há um grande impacto. Há questão na China, mas estamos navegando melhor com Ômicron, com pequeno efeito em cadeias", afirmou o presidente do BC.

Campos Neto admitiu que o crescimento brasileiro tem ficado estagnado nos últimos meses, ficando atrás de outros países emergentes. "Há um desafio para crescimento na América Latina no pós-pandemia", acrescentou.

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