Os prefeitos ampliaram a pressão sobre o governo para que o Executivo federal passe a custear a gratuidade de idosos nas passagens de ônibus. Em reunião na prefeitura de São Paulo nesta sexta-feira, 28, importantes líderes municipais do País cobraram da ministra da Secretaria de Governo, Flávia Arruda, uma solução para o impasse. Discutida há meses, a medida custaria aproximadamente R$ 5 bilhões.
Duas propostas foram postas sobre a mesa: a apresentação de uma Medida Provisória (MP) que transfira para a União despesas relacionadas à gratuidade de idosos no sistema de transporte coletivo; ou a apreciação de um projeto de lei de autoria de Nelsinho Trad (PSD-MS) de mesmo teor.
Apesar do gasto financeiro, ao governo interessa encontrar uma saída para o problema como forma de evitar um reajuste em massa das tarifas de ônibus no País em ano eleitoral.
"Fui ouvi-los para levar (a demanda) para o presidente", afirmou a ministra da Secretaria de governo ao <b>Broadcast Político</b>. Ela pretende apresentar a pauta a Bolsonaro na próxima semana em reunião com a presença do ministro da Economia, Paulo Guedes.
De acordo com uma fonte presente na reunião, Flávia Arruda ligou para o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), durante a reunião e obteve dele o compromisso de pautar o projeto de lei de Trad na Casa já em fevereiro se houver acordo pelo caminho legislativo tradicional – ou seja, não via Medida Provisória.
O encontro entre a ministra e prefeitos vem um dia depois de o presidente Jair Bolsonaro (PL) anunciar reajuste de 33,24% no piso salarial dos professores, o que gerou uma forte reação nos municípios por preocupações fiscais.
Além do prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes (MDB), estiveram presentes na reunião com Flávia Arruda os prefeitos Bruno Reis (DEM, Salvador), Sebastião Melo (MDB, Porto Alegre), Duarte Nogueira (PSDB, Ribeirão Preto), Guti (PSD, Guarulhos), Felicio Ramuth (PSD, São José dos Campos) e Edvaldo Nogueira (PDT, Aracaju), que também é presidente da Frente Nacional de Prefeitos.
Nogueira disse ter saído "animado" do encontro com a ministra. "Ela entendeu o problema. É uma crise como nunca antes e precisamos de ajuda", afirmou à reportagem.