O presidente Jair Bolsonaro (PL) afirmou nesta quinta-feira a apoiadores que, nos próximos dias, acontecerá algo para "nos salvar". A declaração, feita após citações a ditaduras, não veio acompanhada de explicação por parte do chefe do Executivo.
"Qual a diferença de uma ditadura que vem pelas armas, como Cuba e Venezuela, e a que vem pelas canetas? Nenhuma. Vocês sabem o que está acontecendo pelo Brasil. Eu acredito em Deus. Nos próximos dias, vai acontecer algo que vai nos salvar no Brasil", declarou o presidente a simpatizantes de seu governo em frente ao Palácio da Alvorada, sem dizer sobre a que estaria se referindo.
Bolsonaro e seus apoiadores costumam dizer que o Brasil vive um momento de corrosão de liberdades individuais com medidas de combate à pandemia de covid-19 tomadas por governadores e prefeitos e avalizadas pelo Supremo Tribunal Federal (STF).
Além disso, o STF e a Justiça Eleitoral têm adotado medidas para combater fake news e atos antidemocráticos, à revelia dos bolsonaristas. O presidente já chegou a criticar a chance de o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) ampliar o cerco sobre o Telegram, rede social muito usada por Bolsonaro, por falta de compromisso da plataforma na redução de notícias falsas durante o ano eleitoral.
Na mesma conversa com sua militância nesta quinta-feira, o chefe do Executivo também voltou a fazer declarações de cunho eleitoral. "O voto para presidente é importante, o para vereador também é", disse.
O presidente retornou na quarta-feira para Brasília após dois dias de giro pelo Nordeste para inaugurar trechos da transposição do Rio São Francisco. Hoje, participará de cerimônia no Palácio do Planalto, às 17h30, para anunciar os novos critérios de desconto e renegociação das dívidas do Fies.