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Senado realiza sessão especial para o Yom Hashoá, dia da Lembrança do holocausto

O Senado realiza na manhã desta quinta-feira, 10, sessão especial e cerimônia em homenagem ao <i>Yom Hashoá</i>, Dia da Lembrança do Holocausto. O evento acontece em meio às declarações de apologia ao nazismo no Brasil. Na segunda-feira, 7, o apresentador Bruno Aiub, o Monark, do <i>Flow Podcast</i>, defendeu a formalização de um partido nazista no Brasil em entrevista com os deputados Kim Kataguiri (DEM-SP) e Tabata Amaral (PSB-SP).

Jaques Wagner (PT-BA), autor do requerimento para a sessão especial, lamentou as declarações do apresentador e também de Kataguiri, que no programa sugeriu que a Alemanha errou ao criminalizar o nazismo. Monark e Kataguiri se desculparam das falas, mas as críticas continuaram.

"Está semana, com muita preocupação acompanhamos declarações de pessoas ditas influenciadoras defendendo abertamente a criação de um partido nazista, para minha tristeza, incluo também nessa lista a presença de um deputado federal do parlamento brasileiro", disse.

Wagner relembrou durante a abertura da sessão os horrores praticados pelo Partido Nazista alemão, comando por Adolf Hitler, contra cidadãos judeus e não judeus, prisioneiros e opositores políticos, e todos aqueles que eram considerados "inferiores" pelos nazistas. "Essa ideologia autoritária, segregadora e intolerante é inaceitável, além de criminosa. Precisamos de respeito e harmonia entre os diferentes, é isso que cabe na democracia", pontuou.

O embaixador de Israel no Brasil, Daniel Sohar Zonshine, lembrou os 6 milhões de judeus exterminados no holocausto, cujas mortes "foram baseadas em ideologias nazistas, no discurso de ódio de mentes perturbadas. A lição que podemos tirar disso é ter zero tolerância a esse tipo de situação", pontuou.

Sohar disse que o caso ocorrido no <i>Flow Podcast</i>, "atesta que a mensagem não foi bastante assimilada pelas pessoas e a sociedade". E pediu um basta ao ódio contra judeus. "Não pode mais ser tolerado".

A diretora e representante da Unesco no Brasil, Marlova Jovchelovitch Noleto, questionou como pode ser possível ser contra judeus, e defendeu que situações com a ocorrida no <i>Flow Podcast</i> não sejam minimizadas pois, "situações assim se propagam e ganham escala e se tornam verdade para muitos".

Marlova pediu ao senadores que criem políticas públicas de educação que incluam o tema Holocausto nas escolas.

O pedido foi reforçado pelo presidente da Confederação Israelita no Brasil, Claudio Lottenberg, que também criticou as falas de Monark e de Kataguiri. "Nós imaginávamos que estávamos em um cenário diferente, mas justamente nesta semana, um dos podcasts mais importantes desse país faz um movimento demonstrando que para alguns, a morte daqueles 6 milhões de judeus, e mais, 50 milhões de pessoas não tenha sido algo significativo, no sentido do respeito à diversidade no entendimento da intolerância".

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