A Polícia Federal abriu nesta terça-feira, 22, a Operação Plastina para aprofundar uma investigação que se debruça sobre indícios de tráfico internacional de órgãos humanos.
O principal investigado é um professor de Anatomia da Universidade do Estado do Amazonas. Ele foi afastado da função por determinação da 4.ª Vara Federal Criminal do Amazonas. Os policiais federais também fizeram buscas na casa dele e no laboratório da instituição. Em nota, a universidade afirmou que abriu uma sindicância para a apurar internamente o caso.
O inquérito da PF aponta que o professor teria enviado uma mão e três placentas plastinadas para Singapura, na Ásia. O destinatário seria um designer indonésio que vende acessórios e peças de roupas produzidos com materiais de origem humana.
A plastinação é um procedimento técnico de preservação de matéria biológica, por meio o qual os líquidos corporais e os lipídios são extraídos quimicamente e substituídos por resinas plásticas. O resultado são tecidos secos, inodoros e duráveis.
O crime de tráfico internacional de órgãos humanos tem pena de até oito anos de reclusão.
<b>COM A PALAVRA, A UNIVERSIDADE DO ESTADO DO AMAZONAS</b>
"Na manhã desta terça-feira, 22/02, a Universidade do Estado do Amazonas (UEA) recebeu o Ofício nº. 09/2022, da 4ª Vara da Justiça Federal, decretando o afastamento cautelar por 30 (trinta) dias, de um professor concursado da disciplina de Anatomia, da Escola Superior de Ciências da Saúde (ESA/UEA).
Ao mesmo tempo, foi realizada busca e apreensão pela Polícia Federal de um computador e peças anatômicas tratadas por meio de plastinação, utilizadas como prática de ensino da disciplina, no laboratório de Anatomia.
O referido laboratório, realiza a técnica de plastinação desde 2017. A plastinação é um procedimento técnico de preservação de matéria biológica, criado pelo cientista Gunther Von Hagens em 1977, e que consiste em extrair os líquidos corporais, tais como a água e os lípidios, através de métodos químicos, para substituí-los por resinas elásticas de silicone e rígidas epóxicas.
Após tomar conhecimento do Ofício que determinou o afastamento cautelar do professor investigado e da ação de busca e apreensão no laboratório supracitado, a Reitoria da Universidade do Estado do Amazonas cumpriu a ordem judicial e determinou a abertura de sindicância para a apuração dos fatos e responsabilidades."