Estadão

Ibovespa sobe a 113 mil pontos com exterior e sinais de fluxo

Melhora do ambiente internacional e perspectiva de continuidade de entrada de fluxo amparam alta do Ibovespa, que chegou a subir 0,73%, com a máxima marcando 113.720,02 pontos há instantes. Esse processo de atratividade de recursos externos, recorda Luccas Fiorelli, planejador CFP e sócio da HCI Invest, já era observado e tinha rotação de fundos locais para estrangeiros.

Com a redução do risco eleitoral, ainda que isso vá trazer muita volatilidade ao longo do ano, acredita que até mesmo o local está menos arisco. "Teve uma parada de venda de fundos locais. Precisa do volume do gringo para ter liquidez e estão comprados, estão posicionando o índice para cima", diz.

Para Fiorelli, o cenário-base é de que o exterior caminhe para um acordo diplomático no caso da crise entre Rússia e Ucrânia. Além disso, avalia que ainda há muitas oportunidades para o investidor de longo prazo na Bolsa doméstica, enquanto que no curto deve ter volatilidade.

Às 10h55, o Ibovespa subia 0,66%, aos 113.641,78 pontos, ante máxima diária aos 113.721,38 pontos (alta de 0,73%). Às 11h05, o Ibovespa subia 0,62%, aos 113.594,72 pontos.

A tranquilidade nos mercados de ações internacionais deve-se ao entendimento de investidores de que as sanções impostas à Rússia são leves. A agenda do dia também tem força para mexer com os negócios, bem como o noticiário corporativo após avanço no processo de privatização da Eletrobras e de alguns balanços. As ações da companhia, por sinal, avançam quase 3% nesta manhã.

"Hoje, o mercado volta a apresentar um movimento positivo, após sanções dos Estados Unidos à Rússia serem vistas como brandas", cita em nota a equipe da Renascença.

Já o petróleo testa leve alta, com os papéis da Petrobrás subindo de forma firme acima de 1,30% (PN) e de 0,80% (ON), na expectativa do balanço que sai após o fechamento da B3. Apesar de sinais destoantes do minério de ferro, as ações da Vale e siderúrgicas caem. O minério no mercado à vista subiu 0,92% no porto chinês de Qingdao, mas cedeu 0,8% no futuro de Dalian. Porém, fica no radar a crise geopolítica entre Rússia e Ucrânia.

Para completar, ainda está no foco do mercado o IPCA-15 de fevereiro mais salgado do que esperado, bem como a ideia do governo de preparar medidas de estímulo. O IPCA-15 registrou alta de 0,99% em fevereiro, após ter avançado 0,58% em janeiro, ficando acima do intervalo das expectativas na pesquisa <b>Projeções Broadcast</b> (0,53% a 0,96%, com mediana 0,87%).

"Pressão dos preços do petróleo com instabilidade política por toda a situação da Ucrânia pressiona mais a cadeia logística e os insumos. Isso tem afetado os dados de inflação daqui no curto prazo. De forma geral, a inflação continua sendo muito pressionada pela recomposição de margens das cadeiras produtivas", avalia Eduardo Cubas, sócio e chefe de alocação de recursos da Manchester Investimentos.

Ontem, o índice Bovespa subiu 1,04%, aos 112.891,80 pontos, puxado em parte por entrada de fluxo externo, apesar do declínio das bolsas externas, na esteira da tensão geopolítica. No entanto, hoje o ambiente externo está mais calmo, o que pode apoiar avaliações de um Federal Reserve (Fed, o banco central dos Estados Unidos) um pouco menos agressivo em sua decisão de política monetária em março. Por isso, o mercado ficará de olho no discurso da presidente do Fed de São Francisco, Mary Daly.

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