Estadão

Maioria das Bolsas da Europa fecha em alta, com retomada de diálogo sobre Ucrânia

As principais bolsas europeias fecharam em alta nesta segunda-feira, 14, com exceção de Lisboa. O sentimento dos mercados melhorou em meio a notícias sobre a retomada de conversas entre Rússia e Ucrânia, apesar de ataques russos na região de Lviv, próximo à fronteira com a Polônia.

O Stoxx500, índice pan-europeu, subiu 1,20%, a 436,36 pontos, enquanto Londres avançou 0,57%, a 7.193,47 pontos, e Frankfurt teve alta de 2,21%, a 13.929,11 pontos.

O assessor da presidência da Ucrânia disse nesta segunda-feira que as negociações coma Rússia estão em andamento, ainda que sejam difíceis. O presidente Volodymyr Zelensky afirmou que dará seguimento às conversas e pede uma reunião com seu homólogo russo, Vladimir Putin. Até o momento, todos os pedidos feitos por Zelensky para uma reunião foram negados pelo Kremlin.

Em Paris, o CAC 40 subiu 1,75%, a 6.369,94 pontos, e em Milão, o FTSE MIB ganhou 1,67%, a 23.426,70 pontos.

Analista-chefe para mercados na CMC Markets, Michael Hewson destaca que certamente há uma esperança no tom das negociações desta segunda-feira que vai contra a realidade vista nos campos de batalha. Para que um fim às hostilidades se sustente, um lado ou outro terá que recuar "bastante significativamente", disse.

O economista ressalta que os investidores parecem ter ignorado a ação russa no Oeste da Ucrânia. Moscou atacou uma base militar próxima a fronteira com a Polônia, território da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan), e deixou mortos e feridos.

Entre os aspectos favoráveis para avanço dos índices nesta sessão, a forte queda no petróleo deve oferecer uma pausa aos consumidores europeus e americanos, disse Hewson, que se preocupam com o recente aumento dos preços da energia em suas rendas disponíveis.

Em Londres, por exemplo, após ganhos recentes, empresas ligadas a commodities viram suas ações cair. Glencore (-5,82%), Anglo American (-5,17%), Rio Tinto (-4,76%) e Shell (-1,87%) ficaram no vermelho.

Sem divulgação dos principais índices macroeconômicos nesta segunda-feira, falas de autoridades europeias ficaram no radar. O Comissário da União Europeia para a economia, Paolo Gentiloni, afirmou que o atual conflito no continente terá "sério impacto" nas perspectivas econômicas europeias. Já o Alto Representando do bloco, Josep Borrell, disse que o bloco deve estar pronto para "pagar um preço para pagar a guerra ultrajante e não provocada".

Ainda sobre o conflito, reportagem de veículo internacional noticiou que a Rússia teria pedido ajuda militar à China para lidar com a guerra da Ucrânia. O secretário de imprensa russo negou a afirmação, enquanto o porta-voz do Ministério de Relações Exteriores da China se esquivou da resposta em coletiva à imprensa.

Nas praças ibéricas, o IBEX 35 avançou 1,13%, a 8.234,40 pontos, conforme dados preliminares, enquanto o PSI 20 caiu 0,60%, a 5.574,56 pontos, na contramão dos demais índices.

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