As bolsas de Nova York fecharam em alta nesta terça-feira, 22, em uma sessão atenta aos desdobramentos na guerra da Ucrânia, que prossegue com as ofensivas militares russas e tratativas diplomáticas. Além disso, a postura do Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano), que incluiu dirigentes apontando para uma aperto mais rápido na política monetária, segue chamando atenção, tendo como um dos efeitos o avanço nos rendimentos dos Treasuries, além do impulso para as ações de bancos.
No fechamento, o Dow Jones subiu 0,74%, a 34.807,46 pontos, o S&P 500 avançou 1,13%, a 4.511,61 pontos, e o Nasdaq teve alta de 1,95%, a 14.108,82 pontos.
Após a postura hawkish da segunda-feira do presidente do Fed, Jerome Powell, e outras falas nesta terça do presidente da distrital de St. Louis, James Bullard, "parece que Wall Street está convencida" de que o Fed aumentará as taxas em meio ponto e anunciará a redução do balanço patrimonial na próxima reunião de política monetária em maio, avalia Edward Moya, analista da Oanda.
Em entrevista à <i>Bloomberg TV</i>, Bullard afirmou que o Fed precisa agir agressivamente para garantir que a inflação fique sob controle. De olho neste cenário, Goldman Sachs subiu 1,16%, acompanhado por JPMorgan (+2,13%) e Morgan Stanley (+1,74%), Wells Fargo (+4,44%) e Bank of America (+3,10%).
Para o analista, a política do Fed está prestes a se tornar restritiva e o aperto no mercado de commodities ainda permanecerá, mesmo que haja uma solução rápida para a crise na Ucrânia. "Ainda há um longo caminho para que a cúpula da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) produza algum esforço coordenado que possa nos aproximar do fim desta guerra", afirma Moya.
Nesta semana, o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, vai à Europa, onde participará de reunião da Otan e do Conselho Europeu. Na visão do analistas, "parece que qualquer fraqueza econômica que está começando a surgir está sendo ignorada conforme cresce a esperança de que a Rússia tenha perdido força na guerra".
A Tesla está abrindo sua primeira fábrica na Europa nesta terça-feira, nos arredores de Berlim, em um esforço para desafiar as montadoras alemãs em seu território. A empresa diz que sua nova "Gigafactory" empregará 12 mil pessoas e produzirá 500 mil veículos por ano, segundo a <i>Associated Press</i>. As ações da empresa tiveram alta importante, avançando 7,91%.