O dólar opera em baixa em meio ao apetite por ativos de risco no exterior. O recuo ampliou-se há pouco, após a divulgação do relatório de empregos dos EUA (payroll), mostrando a criação de 431 mil empregos em março, abaixo das estimativas do mercado, de 490 mil vagas. É possível que o fluxo de capital estrangeiro siga positivo. O dólar à vista cedeu abaixo de R$ 4,70 há pouco.
Na abertura, os investidores precificaram as expectativas sobre novo encontro entre representantes da Rússia e Ucrânia para discutir cessar-fogo e olharam também os dados de produção industrial brasileira em fevereiro acima da mediana estimada.
A produção industrial no Brasil subiu 0,7% em fevereiro ante janeiro, acima da mediana positiva de 0,4%. No acumulado do ano, a indústria teve uma queda de 5,8%. Em 12 meses, a produção acumula alta de 2,8%.
No mercado interno, as paralisações de servidores públicos do Poder Executivo por reajustes salariais e reestruturação de carreiras são monitoradas também. Os servidores do Banco Central iniciam greve por tempo indeterminado hoje e os funcionários do Tesouro confirmaram também que vão parar nesta sexta-feira, dia que concentra os pagamentos do governo federal.
Os servidores da Controladoria-Geral da União (CGU) decidiram paralisar as atividades a partir da próxima quarta-feira. Os servidores da Comissão de Valores Mobiliários (CVM) avaliarão em assembleia na segunda-feira, 4, uma possível entrada em greve. E citando a greve, o Banco Central já começa a adiar entregas relacionadas ao Pix.
Na agenda de indicadores, o Índice de Preços ao Consumidor – Semanal (IPC-S) acelerou a 1,35% no fechamento de março, após variação de 0,28% em fevereiro e de 0,94% na terceira quadrissemana do mês.
O indicador acumulou inflação de 9,68% nos 12 meses até março, maior que o avanço de 9,30% ocorrido no período até fevereiro, informou a Fundação Getúlio Vargas. O resultado mensal veio acima da mediana da pesquisa Projeções Broadcast, de 1,22% (intervalo de 0,91% a 1,40%) e a taxa em 12 meses também superou a expectativa intermediária, de 9,58% (piso de 9,42% e teto, de 9,74%).
Todas as oito categorias de despesa que compõem o indicador avançaram no fechamento do mês, com destaque para Transportes, que subiu de 1,37% para 2,51%, sendo que a maior contribuição foi da gasolina, cuja variação saltou de 1,94% para 5,08% na comparação quadrissemanal.
Às 9h40, o dólar à vista registrava mínima a R$ 4,6904 (queda de 1,49%). O dólar futuro para maio acelerava a queda a 1,20%, cotado a R$ 4,7245 (-1,20%).