O ministro da Economia, Paulo Guedes, voltou a afirmar nesta quinta-feira que a economia brasileira deve crescer 2% em 2022. Segundo ele, a alta do Produto Interno Bruto (PIB) não chegará a 3,5% diante da alta de juros promovida pelo Banco Central (BC). As declarações foram feitas durante um evento online do Bradesco.
"Há um vetor de desaceleração forte, com os juros subindo. Ao invés de crescer 3,5% neste ano, vamos crescer 2%", disse o ministro.
Guedes ainda declarou que muitos economistas estavam pessimistas no fim de 2021 e no início deste ano, mas já começam a revisar as projeções para o crescimento. "Se tirar o viés pessimista do mercado, é possível jogar a estimativa de crescimento um pouco para cima. Quem previu recessão para este ano já vai ter que rever essa previsão", comentou.
O ministro também afirmou que está confiante na aprovação de reformas e na privatização da Eletrobras. "Confiamos no ministro do TCU (Tribunal de Contas da União) Aroldo Cedraz para prosseguirmos com a agenda da Eletrobras", declarou.
<b>Reforma tributária</b>
Guedes disse ainda que espera que a centro-direita ganhe mais espaço no Congresso, após as eleições de 2022. Segundo ele, a prioridade de um eventual 1º dia de governo de Jair Bolsonaro em 2023 é buscar a aprovação da reforma tributária. "Com Bolsonaro reeleito e o Congresso ainda mais reformista, espera-se que as reformas acelerem", comentou.
<b>ICMS do diesel</b>
O ministro da Economia afirmou também que o governo reduzirá impostos ao longo do ano. Segundo ele, o aumento de 25% para 33% nas alíquotas do Imposto sobre Produto Industrializado (IPI) será feito porque os governadores não reduziram o Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) que incide sobre o diesel. "Os governadores não reduziram o ICMS do diesel, como se comprometeram a reduzir. Zeramos o imposto do diesel do nosso lado e os governadores não fizeram do lado deles", comentou.
Segundo Guedes, a redução do IPI possibilitará uma nova queda de 10% nas tarifas de importação.
De acordo com ele, 12 produtos devem ser contemplados. "Vamos abrir a economia respeitando nosso parque industrial. Se o outro governo for social democrata, ele que aumente os impostos. Para o próximo mandato, a prioridade é a reforma tributária no 1º dia de trabalho", insistiu.