A Polícia Federal (PF) deflagrou na manhã desta quinta-feira, 22, a Operação Santana Raptor para apurar suposto esquema de tráfico de fósseis na região da Chapada do Araripe, no sul do Estado do Ceará. Até a publicação desta matéria, dois homens tinham sido presos em flagrante com fósseis, em Santana do Cariri e Nova Olinda.
Agentes cumprem 19 mandados de busca e apreensão – 17 nos municípios de Santana do Cariri e Nova Olinda, no Ceará, e dois no Rio de Janeiro – em endereços de suspeitos de integrarem organização criminosa que envolve empresários, servidores públicos, mineradores, pesquisadores e atravessadores de fósseis.
Segundo a PF, um dos presos em flagrante é apontado como um dos principais negociadores de fósseis no período investigado (2017-2020) e o outro seria responsável por receber valores de um professor do Rio para coleta e guarda dos fósseis.
As investigações tiveram início em 2017 e apontam para um suposto esquema de extração ilegal de fósseis por parte de trabalhadores em pedreiras na região dos municípios de Nova Olinda e Santana do Cariri, com posterior venda criminosa dos mesmos.
"Há atuação de uma rede de empresários, servidores públicos e atravessadores que negociam fósseis raros da região, com indícios da prática ilícita por parte de professor/pesquisador da Universidade Federal do Rio de Janeiro/RJ, um dos alvos da operação, bem como outros pesquisadores nacionais e estrangeiros", diz a PF.
A Polícia Federal ressalta que os investigados podem responder pelos crimes de organização criminosa, usurpação de bem da União e crimes ambientais, com penas de até 16 anos de prisão.
De acordo com a corporação, o nome da operação, Santana Raptor, remete ao gênero de dinossauro encontrado na região da Chapada do Araripe, onde são encontrados fósseis de 110 milhões de anos.