O Instituto Aço Brasil chamou de "inadequada" a redução do Imposto de Importação de vergalhões decidida nesta quarta-feira, 11, pelo Comitê Executivo de Gestão (Gecex) da Câmara de Comércio Exterior (Camex). Em nota, o Instituto disse não existir qualquer "excepcionalidade" que justifique a medida. Pela decisão, o tributo incidente sobre os produtos cairá de 10,8% para 4% até dezembro deste ano.
"A medida, no entendimento do Aço Brasil, é inadequada uma vez que o mercado se encontra plenamente abastecido, não existe especulação de preços e o impacto inflacionário do vergalhão é de apenas 0,03 ponto porcentual no IPCA. Não existe, portanto, qualquer excepcionalidade que justifique a medida", diz a nota.
"É inadequada ainda, porque está na contramão da política adotada pelos principais países produtores de aço, que face ao gigantesco excesso de capacidade instalada no mundo, da ordem de 518 milhões de toneladas, tem adotado medidas de restrição à importação predatória. O Brasil, ao contrário, ao reduzir o imposto de importação facilitará ainda mais o desvio de comércio para o País. O mercado, soberano, responderá pelo impacto da medida", acrescenta.
Em entrevista coletiva nesta quarta-feira, a secretária executiva da Camex, Ana Paula Repezza, disse que o pleito dos vergalhões era analisado há oito meses. Segundo ela, a queda nas alíquotas dos tributos dos produtos derivados do aço terá impacto na inflação por meio da construção civil.