Um atirador abriu fogo nesta terça, 24, na Robb Elementary School, para alunos de até 10 anos, em Uvalde, no Texas, matando 18 crianças e um adulto – massacre que trouxe de volta as lembranças da tragédia de Sandy Hook, quando um jovem assassinou 26 pessoas – incluindo 20 crianças – em uma escola primária de Connecticut.
O atirador foi identificado como Salvador Ramos, de 18 anos. Segundo o governador do Texas, Greg Abbott, ele abandonou seu carro na entrada da escola, pouco depois das 11 horas, antes do massacre. Ele agiu sozinho e foi morto pela polícia. Ele tinha um revólver e possivelmente um fuzil. Roland Gutierrez, senador do Estado, disse que o jovem teria comprado dois fuzis legalmente quando completou 18 anos.
O massacre de ontem ocorre na esteira da chacina de Buffalo, em Nova York, no dia 14, quando um atirador matou dez negros em um supermercado. A Education Week, organização que monitora a violência com armas de fogo nos EUA, disse que o ataque no Texas foi o 27.º em escolas americanas este ano – um massacre a cada cinco dias. De acordo com dados do FBI, os incidentes com atiradores aumentaram mais de 50%, entre 2020 e 2021, e quase 97% desde 2017.
O crime ocorreu na cidade de Uvalde, de 16 mil habitantes, a 130 quilômetros de San Antonio. Autoridades do Texas disseram que dois policiais ficaram feridos levemente durante a operação, mas não corriam risco de morrer. Segundo hospitais da região, 13 crianças deram entrada com ferimentos – algumas em estado grave.
<b>Revolta</b>
As primeiras reações vieram de congressistas democratas, que defendem mais restrições à venda de armas. O mais revoltado era o senador Chris Murphy. "O que estamos fazendo?", questionou em discurso no plenário do Senado. "Isso só acontece neste país, e em nenhum outro lugar. Em nenhum outro lugar as crianças vão para a escola pensando que podem levar um tiro."
Bastante emocionada, a vice-presidente dos EUA, Kamala Harris, pediu ação do Congresso. "Já basta. Temos de ter coragem de atuar." O presidente americano, Joe Biden, foi avisado do ataque a tiros ainda no ar, quando voltava de sua viagem ao Japão.
No ano passado, os republicanos, que governam o Texas, aprovaram uma nova lei que permite que os cidadãos que possuem legalmente uma arma de fogo a carreguem abertamente em público – sem necessidade de licença ou treinamento. O republicano Ken Paxton, secretário de Justiça do Estado, identificado com o lobby das armas, defendeu ontem que os professores do Texas tenham permissão para usar armas nas escolas. (COM AGÊNCIAS INTERNACIONAIS).
As informações são do jornal <b>O Estado de S. Paulo.</b>