Estadão

SPFW volta em novo endereço e formato híbrido

A 53ª edição da São Paulo Fashion Week começa nesta terça, 31, e vai até o sábado, 4. Em formato híbrido, 22 marcas participam presencialmente e 19 digitalmente, com transmissão online pelos canais oficiais. Criada em 1995 pelo produtor de eventos Paulo Borges, a SPFW traz nesta edição o tema in-Pactos, a fim de representar o momento de reinvenção que o Brasil e o mundo passam em relação a temas como sustentabilidade e compromissos ambientais.

"É um momento desafiador, mas também muito rico, em que a diversidade e os novos formatos estão surgindo e sendo testados. Temos a obrigação de provocar a inovação, um chamado para que novos pactos possam surgir em torno do compromisso com as mudanças urgentes que precisam acontecer para criarmos um ambiente mais humano e saudável para todos", explica Borges.

O festival ocorre em formato híbrido, após dois anos sendo apenas digital. Desta vez, os desfiles presenciais serão divididos por dois locais e deixam de ocorrer no Parque do Ibirapuera. "Diante do cenário mais controlado da pandemia e do eventual relaxamento das restrições sanitárias, buscamos formas de atender em parte esta demanda (de desfiles presenciais) mas, ainda assim, sem concentrá-los em um único espaço", comenta Paulo.

A SPFW será realizada no Senac Lapa Faustolo, onde vai unir a academia e o mercado da moda, e no Komplexo Tempo, na Mooca, local recém-inaugurado, que homenageia um dos bairros pioneiros na indústria têxtil da capital paulista. Borges afirma que o formato híbrido veio para ficar, já que o desfile digital permite outro tipo de expressão, com menos limitações, enquanto o presencial é como um espetáculo.

Mais de 40 marcas nacionais participam da SPFW N53, sendo três estreantes: Thear Vestuário, Martha Medeiros e Dendezeiro. "Elas trazem já no seu DNA questões que dizem respeito a este novo século: de circularidade, diversidade e afetividade. E as soluções para os novos tempos virão dessa mistura rica de ideias, propostas e expressões."

<b>DENDEZEIRO</b>

A partir do incômodo de não se sentirem representados na moda, Hisan Silva e Pedro Batalha criaram a Dendezeiro, em 2019. A marca baiana trabalha com a moda agênero, com modelagem inteligente e amarrações, a fim de incluir a maior diversidade de corpos possível. Na SPFW, os estilistas estreiam no formato digital, na quarta, 1.º, às 18h. "Tentamos trazer para as produções o máximo de imagens diferentes dentro da esfera da moda nacional que durante muito tempo não valorizou a diversidade", afirma Hisan.

"Escolhemos um tema que representa a nossa identidade e cultura enquanto baianos. Nessa temporada, vamos trabalhar o tema inspirado no tabuleiro de acarajé", conta Pedro. Para a coleção Tabuleiro, os estilistas se inspiraram no prato típico da Bahia e utilizaram cores e texturas que remetem aos itens da iguaria.

Com o fashion film gravado em Salvador, os dois destacam a importância de poder levar não só a marca, mas toda a equipe para participar do maior festival de moda do País. É um passo para que os baianos possam atingir um novo público.

Para Pedro, enxergar a Dendezeiro em um espaço de representação dentro da SPFW é mágico não só para eles, mas também para todos que têm o mesmo sonho. "Não só estilistas, mas também consumidores que conseguem olhar o universo da moda e o festival como algo que também é para eles. Olhar e falar esse espaço também é meu. "

As informações são do jornal <b>O Estado de S. Paulo.</b>

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